São Paulo, sexta-feira, 02 de setembro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo. ANÁLISE Todo medicamento tem efeito colateral, mas risco de vacinas modernas é irrisório RICARDO BONALUME NETO DE SÃO PAULO Muita gente tem medo de viajar de avião, mas não reluta em viajar de carro em estrada; assim como o medo de vacinas, é um caso clássico da falsa percepção tomando conta do comportamento humano. As chances de morrer em um acidente de automóvel são muito maiores do que em um desastre aéreo; no caso das vacinas modernas o índice de risco é irrisório. Mas o medo persiste, reforçado por boatos. Toda vacina, assim como todo medicamento, pode ter efeitos colaterais, pois os seres humanos variam muito na sua composição genética e predisposição a doenças. Isso acontece também porque uma vacina consiste basicamente em usar um "pedaço" de um micróbio causador de doenças, ou ele morto ou atenuado, para fazer o sistema de defesa do organismo reconhecer o inimigo e criar uma defesa apropriada contra ele. É normal, é esperado que o corpo reaja à imunização. No caso da poliomielite, os dados são incontroversos. Graças às vacinas Salk (injetada, de vírus morto) e Sabin (oral, de vírus vivo atenuado), a doença que 25 anos atrás paralisava em todo o mundo 1.000 crianças por dia passou a afetar menos de 500 por ano. Os casos são concentrados em pouquíssimos países problemáticos (Afeganistão, Índia, Nigéria e Paquistão). A queda foi tão vertiginosa que nos EUA a vacina oral não é mais recomendada, apesar do risco baixíssimo de causar a doença em um em cada 2,4 milhões de vacinações. Por isso, a vacina de vírus inativado é hoje recomendada, pois não tem como causar a doença. Só não se recomenda essa vacina injetável em casos em que a pessoa tem forte reação alérgica ou está muito doente, com o sistema imunológico muito comprometido. Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Barbara Gancia: Os Jackson 5 de Brasília Índice | Comunicar Erros

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