São Paulo, sexta-feira, 02 de setembro de 2011

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Ex-policial atua em milícia, diz investigação

Anisio de Souza Bastos, que teve cargo de chefia na Corregedoria, é acusado de passar informações a quadrilha

Operação da Secretaria de Segurança do Rio e do Ministério Público levou ontem à prisão de ao menos dez pessoas


DO RIO

Um inspetor com cargo de chefia na Coinpol (Corregedoria Interna da Polícia Civil do Rio) é acusado de integrar umas das principais milícias que atuam na zona oeste do Rio, segundo investigação da Secretaria de Segurança e do Ministério Público.
De acordo com o que foi apurado pelos órgãos, o policial civil aposentado Anisio de Souza Bastos, quando lotado como chefe do cartório da Coinpol, entre 2010 e o primeiro semestre deste ano, abastecia a quadrilha de informações sobre operações policiais que afetassem a atuação do bando.
Além disso, Bastos é acusado de incentivar operações contra rivais da Liga da Justiça dentro da polícia.
De acordo com o delegado Alexandre Capote, da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas), Bastos recebia R$ 40 mil mensais pelo serviço.
As investigações levaram ontem à operação Pandora, deflagrada pela Secretaria de Segurança e pelo Ministério Público para cumprir 18 mandados de prisão e 33 de busca e apreensão.
Até a conclusão desta edição, dez pessoas haviam sido presas -quatro já estavam detidas no Batalhão Especial Prisional da PM, de onde, mesmo presas, atuavam na quadrilha.
Bastos disse à polícia que se entregaria ontem, o que não ocorreu até a conclusão deste edição. O nome de seu advogado não foi divulgado.
O ex-policial militar apontado como atual chefe do grupo paramilitar Liga da Justiça, Toni Angelo Souza de Aguiar, está foragido.

LUNETA
Na operação deflagrada ontem foram apreendidos armas, carregadores e uma luneta -que, segundo policiais, era usada para observar moradores da região.
A milícia atua em bairros da zona oeste, como Campo Grande, Inhoaíba, Cosmos, Paciência e Santíssimo.
Já integraram a quadrilha, segundo a polícia, os políticos Natalino e Jerônimo Guimarães (ex-deputado estadual e vereador, respectivamente). Os dois foram condenados pela Justiça e atualmente estão presos.


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