São Paulo, domingo, 02 de outubro de 2005

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Painel de 2.000 m2 paga reforma de edifício

DA REDAÇÃO

Enquanto os anúncios gigantes tomam conta da cidade, profissionais do mercado publicitário discutem os prós e contras desse novo formato de mídia.
O presidente da Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade), Dalton Pastore, defende o uso dos grandes anúncios, mas com ressalvas. "É importante que sejam poucos, aprovados pela prefeitura e que não prejudiquem o trânsito. Queremos evitar a pirataria e o excesso, que desvaloriza e banaliza a peça, fazendo com que o anúncio produza menos resultados", afirma.
O avanço tecnológico foi definitivo para o aumento no tamanho dos painéis. "Hoje, não existe limite técnico de tamanho", afirma Roberto de Freitas, diretor da gráfica Stilgraf.
Antes, as peças eram feitas de papel. Hoje, são feitas em lona. O uso do fotolito deu lugar à impressão digital. "Esse ramo vai crescer mais ainda. Tem vindo muita tecnologia de fora."
Somando a manipulação da imagem, a produção do material e a veiculação, um anúncio de cerca de 300 m2 em uma empena cega em plena avenida Rebouças sai por cerca de R$ 80 mil por mês. Se pelo lado de fora dos imóveis os anúncios geram discussão, pelo lado de dentro podem garantir um orçamento extra. No edifício Gibraltar, na esquina das avenidas Consolação e Paulista, a renda de um painel, que, segundo moradores, tem 2.000 m2, possibilitará a reforma do prédio.
"Se não fosse para pagar a reforma do prédio, acho que ninguém concordaria", disse uma moradora, que não quis ser identificada. Como o valor do contrato era alto, todos concordaram. "Não é maravilhoso e atrapalha, mas o sacrifício vai valer a pena", acredita a artista plástica Regina Zechetto, que mora há 30 anos no local.


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