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MEC acelerou organização do exame
Justamente no ano em que ampliou o Enem, governo diminuiu tempo entre a data de entrega de propostas e o dia da prova
Foram 78 dias, contra 93 no ano passado, 121 em 2007 e 132 em 2006; Cesgranrio disse que desistiu da disputa para não inviabilizar exame
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
O MEC assumiu um risco ao,
justamente no ano em que ampliou a prova do Enem, diminuir significativamente o tempo transcorrido entre a data de
entrega das propostas de empresas interessadas em realizar
o exame e o dia da prova.
Em 2006, da data de recebimento dos envelopes das empresas interessadas em concorrer até o dia da aplicação da
prova, passaram-se 132 dias
(3,73 milhões de candidatos se
inscreveram). Em 2007, 121
dias (3,58 milhões de inscritos).
No ano passado, foram 93 dias
(4,018 milhões) e, neste ano, seriam 78 (4,147 milhões).
O prazo exíguo para organizar o exame foi a justificativa
apresentada pela Cesgranrio
-fundação que venceu a concorrência nas 11 edições anteriores do Enem- para sair da
disputa. O prazo também foi
usado como argumento pelo
Cespe/UnB para não participar
da licitação. Considerou que
era pouco o tempo disponível
para preparar uma logística tão
grande e ainda garantir o sigilo
da prova, segundo informou a
assessoria da Universidade de
Brasília.
Carlos Alberto Serpa, presidente da Cesgranrio, alega que
o principal problema seria que,
com o prazo mais curto, qualquer recurso (possibilidade
prevista no edital) apresentado
pela perdedora tornaria inviável a realização do exame.
O edital previa até 15 dias
úteis para tramitação dos recursos, se somados os prazos
para apresentação, resposta e
julgamento por parte do Inep.
Pelo edital, as concorrentes
deveriam, inicialmente, provar
que tinham condições operacionais de organizar a prova para, depois, apresentar suas propostas técnicas e de preço. A
Cesgranrio se retirou da disputa quando o consórcio Connase
foi considerado em condições
de prosseguir na disputa.
"Ficaríamos com apenas dois
meses para o processo. Essas
idas e vindas de recursos, que
provavelmente aconteceriam,
retirariam dias preciosos, o que
inviabilizaria a organização
tanto para mim quanto para
eles [Connase]. Preferi me retirar e dar o prazo cheio para a
outra empresa, por entender
que o Enem é um projeto da
maior importância", diz Serpa.
Desde a primeira edição do
Enem, em 98, a Cesgranrio havia vencido todas as disputas.
Em anos anteriores, o resultado foi contestado na Justiça.
Em 2003, o consórcio que perdeu a licitação para a Cesgranrio chegou a conseguir uma liminar, posteriormente derrubada, suspendendo o processo.
Até 2008, quase todas as avaliações de grande porte do
MEC, como a Prova Brasil e o
Enade, foram vencidas pela
Cesgranrio. Em 2006, erro na
base de dados da fundação gerou críticas da Prefeitura de
São Paulo, que teve sua nota diminuída na Prova Brasil. O erro
foi admitido e corrigido.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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