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ALFREDO RAZUCK (1932-2009)
Vovô Dido e as guloseimas da família Adora Doces
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Na fase da aposentadoria,
Dido foi para trás do balcão.
Ex-gerente de uma fábrica de
teflon, material usado no revestimento de panelas, Alfredo Razuck passou a ajudar no
novo negócio que ele, mulher
e filhos decidiram abrir nos
anos 90: uma doceria.
Diariamente, lá estava ele
na loja, sempre cuidando de
alguma coisa, conta o filho
Alexandre. Graças ao sucesso
das guloseimas que ainda fazem, como o bolo de bem casado, a Adora Doces tem hoje
duas unidades em São Paulo.
Filho de um libanês e uma
brasileira, Dido perdeu o pai
cedo, quando tinha dois meses. Teve várias empregos:
carregou caixa na 25 de Março, foi comerciante, manteve
uma papelaria e gerenciou a
fábrica onde se aposentou.
Há cerca de 13 anos, surpreendido por um câncer na
região da garganta, foi obrigado a retirar todas as cordas
vocais. Para continuar conversando, lembra o filho, adotou um "aparelhinho".
No início, os netos estranhavam o som de sua voz,
mas, com o tempo, se acostumaram e até brincavam com o
aparelho usado por ele, apelidado de "buzina do vovô".
A grande distração de Dido
eram os netos, que ele gostava
de levar para Serra Negra
(SP). Seu sonho -que conseguiu realizar- era ver os filhos trabalhando juntos no
estabelecimento da família.
No domingo, morreu aos 77
anos, de insuficiência respiratória. Deixa três filhos e seis
netos. A missa de sétimo dia
será amanhã, às 12h15, na catedral Ortodoxa, na rua Vergueiro, na capital.
coluna.obituario@uol.com.br
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