São Paulo, sexta, 2 de outubro de 1998

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SEQUESTRO
Aronson tem ferimentos sem gravidade; família pagou R$ 117 mil a sequestradores, agora procurados pela polícia
Empresário de SP é libertado após 14 dias

Luiz Carlso Murauskas/Folha Imagem
O empresário Girz Aronson entra em carro da polícia que o levaria para casa, após entrevista que concedeu em uma de suas lojas


RODRIGO VERGARA
da Reportagem Local

O empresário Girsz Aronson, 81, dono da rede de lojas G. Aronson, foi libertado ontem, depois de 14 dias em poder de sequestradores.
O comerciante foi abandonado às 3h30 de ontem, sob chuva, no km 27 da rodovia Castelo Branco, em Barueri (Grande São Paulo). A família diz ter pago R$ 117 mil por sua libertação.
O comerciante passa bem. Apesar do cansaço, hematomas no rosto e uma suspeita de fratura no osso do nariz, Girsz Aronson deu uma entrevista coletiva, ontem de manhã (leia na página 3-3).
Hoje, ele deve passar por exames médicos, entre eles um eletroencefalograma, para verificar a extensão dos ferimentos e dos efeitos do cativeiro, segundo a filha do empresário, Elizabeth.
O empresário foi levado no dia 17, também uma quinta-feira, quando lia jornais na sede de sua empresa, na rua Conselheiro Crispiniano, centro da cidade.
O resgate de Aronson foi pago aos sequestradores por Gérson Aronson, filho do comerciante. A entrega do dinheiro ocorreu na noite de anteontem, em um bar em Pinheiros (zona sudoeste de São Paulo).
No primeiro contato feito com os familiares, os sequestradores haviam exigido R$ 1 milhão em troca da vida de Aronson, segundo a versão da família.
Foi o filho Gérson que negociou o valor do resgate com os sequestradores. A negociação foi acompanhada pela polícia, segundo o delegado Maurício Soares Guimarães, da Delegacia Especializada Anti-Sequestro, que diz já ter suspeitos pelo crime.
Segundo o frentista José Luís Barbosa, um dos primeiros a socorrer o comerciante, o carro que deixou Aronson na estrada era "fechado, tipo baú". O motorista usava um capuz.
Aronson disse não poder identificar os três criminosos que o levaram, que sempre apareceram para ele encapuzados. O comerciante estava fraco e desnorteado, quando foi solto. Segundo o frentista Barbosa, ele teve que ser ajudado para cruzar a pista até o posto Castelo Branco.
Não foi difícil para o comerciante convencer os frentistas de sua identidade. Aronson trazia consigo o talão de cheques com seu nome. Usava calças jeans, camiseta de algodão azul-marinho, jaqueta de náilon vermelha e sapatos.
O comerciante passou cerca de 15 minutos no posto. Só pediu para beber um copo de água. "Ele disse que não descia nada pela garganta", relatou o frentista.
Aronson foi apanhado pelo filho Gérson, que havia sido avisado pelos sequestradores sobre o local da libertação. "Eles se abraçaram, entraram rapidinho no carro e foram embora", disse Barbosa.




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