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AGENDA DA TRANSIÇÃO
Objetivo é ampliar influência do município na empresa, que, capitalizada, poderia fazer mais obras
PSDB propõe a José Serra a compra de ações do Metrô
CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Principal bandeira de campanha de José Serra (PSDB) em São
Paulo, os projetos de parceria
com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) já estão no papel de
forma detalhada, e podem mudar
radicalmente os setores de transporte e saúde do município.
Plano elaborado por tucanos,
com conhecimento de Serra, propõe que a prefeitura compre
ações do Metrô, "doe" o Fura-fila
ao governo estadual e transfira a
gestão dos postos de saúde da cidade às entidades filantrópicas
que já administram alguns hospitais do Estado.
Este ano, a Prefeitura de São
Paulo extinguiu a rubrica de gastos com o Paulistão. A partir de
2005, o item será incluído na rubrica de corredores de ônibus,
conforme consta no projeto de
Orçamento enviado à Câmara
Municipal na semana passada.
A estratégia do PSDB é driblar
as limitações financeiras da prefeitura "abraçando" o governo do
Estado para que Serra tenha os
bônus das realizações em conjunto.
Para integrantes do PSDB, por
causa da falta de dinheiro, a concretização das parcerias é a única
maneira de o partido conseguir
apresentar resultados já nos dois
primeiros anos de administração
do município, o que, acreditam,
pode dar impulso a candidatos
tucanos nas eleições de 2006.
A iniciativa da elaboração do
plano surgiu do grupo ligado ao
deputado Walter Feldman
(PSDB-SP). Um de seus mentores
é o vereador eleito José Police Neto (PSDB).
A equipe responsável pela área
de transporte do programa de governo de Serra tem reservas em
relação à proposta do Fura-fila,
mas vê com bons olhos a sugestão
sobre o Metrô.
O investimento do município
na empresa seria feito com o dinheiro para corredores de ônibus
previsto no Orçamento de 2005
-cerca de R$ 280 milhões. No
cálculo dos tucanos, o dinheiro
investido em ações, além de ampliar a influência da prefeitura no
Metrô, dará à estatal fôlego para
realizar quase 40% das obras de
expansão da linha 5-lilás -que
hoje liga o Largo Treze ao Capão
Redondo, está subutilizada e dá
prejuízo de R$ 2,8 milhões ao
mês. Com a expansão, ela poderá
ser interligada a outras linhas.
A prefeitura usaria ainda o Estado como avalista de novos empréstimos -para tucanos, a cidade tem capacidade de se endividar
em mais R$ 400 milhões.
Já a proposta de "doação" do
Fura-Fila para o governo estadual
tem o objetivo de livrar a prefeitura do ônus de concluir a obra.
Apesar de terem criticado a prefeita Marta Suplicy (PT) na campanha por não tê-la terminado, os
tucanos avaliam que, mesmo
pronta, ela não terá impacto significativo na melhora do transporte na cidade.
Iniciado na gestão Celso Pitta
(1997-2000), o Fura-fila, que teve
o nome mudado para Paulistão, já
consumiu R$ 360 milhões. O plano tucano prevê que CPTM ou
Metrô, com mais capacidade de
investimento, assumam a obra.
Colaborou ALENCAR IZIDORO, da
Reportagem Local
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