São Paulo, quarta-feira, 02 de novembro de 2005

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CLIMA

Incêndio castiga a região desde o início de outubro

Fogo na Chapada Diamantina afeta animais ameaçados de extinção

THARSILA PRATES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Várias espécies de animais e plantas, inclusive ameaçadas de extinção, estão sendo atingidas pelo incêndio que se alastra pela Chapada Diamantina, na Bahia, e castiga a região desde o início de outubro.
Outras espécies endêmicas (típicas da região) correm o risco de desaparecer com o fogo. O beija-flor-de-gravatinha-vermelha é um exemplo. O macaco-prego-do-peito-amarelo é também uma espécie endêmica da Bahia que vive dentro do parque.
Além disso, algumas espécies de pererecas do gênero hilla e de lagartos do gênero cnemidophorus só são encontradas na região.
Na flora, espécies de orquídeas de flor rosa e de sempre-vivas de flor branca estão sendo atingidas pelo fogo, que ameaça também várias espécies de canelas de ema do gênero vellozia.

Números divergentes
Pelo menos 13 mil hectares (de um total de 152 mil ha) do Parque Nacional da Chapada Diamantina já foram devastados pelo fogo.
Os órgãos locais, contudo, não têm um consenso sobre a extensão da área atingida. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) fala em 15 mil hectares devastados. Para o Corpo de Bombeiros de Lençóis, a média de hectares atingidos é de 13 mil.
A Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado da Bahia divulgou que foram afetados 15.500 hectares em 11 municípios: Iraquara, Lençóis, Palmeiras, Mucugê, Andaraí, Ibicoara, Itaitê, Rio de Contas, Piatã, Rio do Pires e Érico Cardoso.
O número de focos de incêndio também é divergente. Para o Ibama, são entre 30 e 40. O Grupamento de Bombeiros de Lençóis divulgou 35 focos, e a Secretaria do Meio Ambiente da Bahia diz que esse número é entre 15 e 20.
O gerente de fogo do Parque Nacional, Luiz Coslope, afirma que o fogo afetou a nascente do rio Preto, que abastece a bacia do rio Paraguassu, responsável por cerca de 50% da água consumida em Salvador e no Recôncavo.
O Corpo de Bombeiros de Lençóis informou que há na região 105 homens. O Ibama conta ainda com 12 brigadas voluntárias que somam 150 homens. Técnicos do Ibama dizem que parte do incêndio pode ter origem criminosa.


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