São Paulo, quinta-feira, 02 de novembro de 2006

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Preso pela PF, fiscal do Ibama tenta suicídio com tiro no peito

O funcionário foi procurado por operação da PF que prendeu 22 pessoas acusadas de venda de licenças ambientais e de não reprimir a pesca ilegal no Rio

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

ITALO NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

O fiscal do Ibama (Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) Ivilson Pedro Muller, 56, tentou se matar ontem com um tiro no peito ao receber voz de prisão por policiais federais. Ele é um dos 29 acusados de envolvimento na venda de licenças ambientais e de pesca ilegal no Estado do Rio.
Dos 29 acusados, dois são consultores de empresas, um é comerciante de pescados e 26 são funcionários do Ibama. Quatro funcionários do órgão conseguiram escapar. Para o superintendente da PF no Estado, Delci Teixeira, "é bem possível" que eles tenham sido avisados de que seriam presos.
A ação da PF foi uma continuidade da Operação Euterpe (um tipo de palmito), realizada em 30 de agosto. Os presos, na época, acabaram liberados porque não havia denúncias do Ministério Público Federal.
No último dia 9, os procuradores Ana Paula Ribeiro Rodrigues e Renato de Freitas Souza Machado ofereceram as denúncias e pediram a prisão dos acusados, porque, depois de libertados, eles teriam passado a intimidar testemunhas. A Justiça Federal acolheu o pedido.
O funcionário do Ibama tentou se matar às 6h, quando uma equipe de quatro agentes da PF chegou à sua casa, em Pedra de Guaratiba (zona oeste).
Os policiais contaram que Muller apareceu na janela. Ao saber que seria preso novamente, ele fechou a janela e disse que desceria. Logo depois, ouviu-se um tiro. Os agentes arrombaram a porta e encontraram o fiscal sobre uma cama, com o peito ensangüentado e um revólver ao lado.
Os policiais levaram Muller para o Hospital Estadual Pedro 2º. Segundo os médicos, o tiro não atingiu o coração e Muller não corre risco. Devido ao estado do paciente, a ordem de prisão foi revogada pela 5ª Vara Federal de São João de Meriti (na Baixada Fluminense).
O superintendente da PF determinou abertura de inquérito policial para apurar as circunstâncias da tentativa de suicídio.


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