São Paulo, sexta-feira, 02 de novembro de 2007

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Em 2 horas, três helicópteros caem em SP; três morrem

Acidentes ocorreram entre 13h30 e 15h40, em Carapicuíba, Mogi das Cruzes e Ribeirão Preto

Na queda em Carapicuíba, morreram piloto, a sogra e o enteado; Aeronáutica ainda não sabe as causas de nenhum dos três acidentes

Almeida Rocha/Folha Imagem
Helicóptero que caiu em Carapicuíba; três pessoas morreram


COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Três helicópteros caíram ontem à tarde no Estado de São Paulo num intervalo próximo de duas horas, deixando ao menos três mortos e sete feridos.
Os acidentes ocorreram em Carapicuíba (13h30) e Mogi das Cruzes (14h10), na região metropolitana, e em Ribeirão Preto (15h40), a 314 km de SP.
Houve relatos de fortes rajadas de vento no Estado, que são citadas por profissionais da aviação como um possível fator contribuinte -embora não necessariamente determinante.
O mais grave dos acidentes ocorreu em Carapicuíba, nas proximidades do trecho oeste do Rodoanel Mário Covas.
Ele envolveu uma aeronave que havia decolado do Helipark, que se define como maior centro de serviços para helicópteros da América Latina.
O proprietário do heliponto, João Zeferino Ferreira Velloso, teve seus próprios familiares entre as vítimas (mãe, irmã e sobrinho). Ele é casado com uma sobrinha de Antônio Ermírio de Moraes, empresário do grupo Votorantim.
O comerciante Ulysses Alves, 21, que presenciou a cena, disse que a aeronave fazia um barulho estranho desde a saída do heliponto até a queda, metros depois. "Veio balançando desde lá. O motor parecia que ligava e desligava", afirmou. "Os primeiros que ajudaram foram os operários da obra [ao lado do local do acidente]", contou ele, sobre os trabalhos de resgate.
O piloto teria tentado pousar em um terreno baldio, mas não teve controle da aeronave.
O helicóptero havia saído inicialmente do Morumbi, na zona oeste de São Paulo, passou no heliponto para abastecer e iria para Angra dos Reis (RJ).
Regina Ticoulat Velloso, 78, e João Dante Velloso Viggiani, 16, sogra e enteado do piloto, morreram no local da queda. O rapaz estudava no Colégio Santa Cruz, no Alto de Pinheiros (zona oeste de SP).
O pecuarista e advogado Ignácio Bueno de Moraes Neto, 62, pilotava a aeronave e morreu logo depois de dar entrada no Hospital Albert Einstein.
Regina Maria Velloso de Moraes, 50, mulher de Ignácio, mãe de João, permanecia internada na UTI com politraumatismo e estava em estado grave até a conclusão desta edição.
O diretor-técnico do heliponto, Elson Sterque, diz que a combinação de alta temperatura -que chegou a 29C em Carapicuíba ontem-, altitude e peso podem ter reduzido a performance do motor do helicóptero. A Aeronáutica deu um prazo de três meses para descobrir as causas do acidente.
Também não é possível saber as razões dos acidentes em Mogi das Cruzes e em Ribeirão Preto. Nesses dois casos, ninguém se feriu gravemente.
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) chegou a informar inicialmente que a aeronave estava com seu certificado de aeronavegabilidade vencido. Depois, afirmou que a validade do documento era até 2013.
(RAFAEL TARGINO E ALENCAR IZIDORO)


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