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Laudo aponta execução sumária no Alemão
Relatório sobre os 19 mortos
foi pedido pelo governo do Rio
MÁRCIA BRASIL
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
Laudo independente da Secretaria Especial dos Direitos
Humanos, feito a pedido do
próprio governo do Rio, aponta
que, "com grau de certeza",
houve "execução sumária e arbitrária" dentre as 19 mortes
que ocorreram durante operação policial, em junho, no conjunto de favelas do Alemão, na
Penha, zona norte do Rio.
Segundo o documento, em ao
menos duas mortes, as de José
da Silva Farias Júnior e Emerson Goulart, "foram encontradas evidências de morte por
execução sumária e arbitrária".
O governo do Rio contesta a
avaliação (leia texto abaixo).
A perícia independente indicou ainda que cinco dos mortos
foram atingidos por tiros de
curta distância e que, em 14, foram encontrados 25 tiros que
os atingiram pelas costas.
O laudo concluiu ainda que
seis dos mortos foram baleados
no crânio e na face, e que os 19
mortos foram atingidos por pelo menos 70 tiros, sendo 75%
em regiões mortais.
A análise pericial independente da Secretaria Especial
dos Direitos Humanos da Presidência da República foi enviada ontem ao governo do Rio.
No material estudado, os peritos afirmam ter achado "argumentos para embasar a afirmação de existência de execução
sumária e arbitrária, quando
analisados em conjunto".
De acordo com os técnicos
contratados pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos, o
grande número de orifícios de
entrada na região posterior do
corpo, os numerosos ferimentos em regiões letais e a elevada
média de disparos por vítima
embasam a conclusão.
Outros indicativos são proximidade de disparos, seqüência
de disparos em rajada e armas
diferentes utilizadas numa
mesma vítima.
Ainda de acordo com os peritos, o material analisado aponta ausência de condutas destinadas à captura e ausência de
indicadores de condutas defensivas por parte das vítimas.
Ontem, seis pessoas morreram durante confrontos com a
Polícia Militar no Rio.
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