São Paulo, sexta-feira, 02 de novembro de 2007

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Laudo usado pela PF aponta o dobro da alcalinidade permitida

JUCIMARA DE PAUDA
DA FOLHA RIBEIRÃO, EM UBERABA

Laudo do Laboratório Nacional Agropecuário de Minas anexado ao inquérito do leite instaurado pela Polícia Federal de Uberaba mostra que as amostras das marcas Parmalat, Calu e Centenário recolhidas nos supermercados da cidade, de 17 a 20 de agosto, estavam impróprias para o consumo porque tinham o dobro do teor de alcalinidade permitido.
O laudo serviu de base para a operação Ouro Branco, na semana passada. Os nove lotes que tiveram amostras analisadas foram interditados.
A alcalinidade alta, diz o laudo, mostra que substâncias químicas foram colocadas no produto para mascarar a quantidade de água adicionada. O teste não concluiu quais substâncias causaram a alcalinidade.
As três amostras da Parmalat tinham índices de 0,062% de Na2CO3 (carbonato de sódio), 0,071% e 0,061% -o padrão de referência varia de 0,015% a 0,030%. Só uma amostra da Calu, de Uberlândia, teve resultado mais alto: 0,083%. Os índices do Centenário variaram de 0,044% a 0,060%.
Foi identificada também nas amostras das três marcas baixa acidez (veja quadro ao lado).
O resultado foi enviado ao delegado Ricardo Ruiz da Silva e ao promotor João Vicente Davina em 19 de setembro.
Segundo o laudo, não é possível saber se as substâncias adicionadas fazem mal à saúde humana: "Como não foi identificada a substância adicionada, não há elementos suficientes para responder à pergunta".
Na Ouro Branco, a PF identificou uma fórmula com soda cáustica e água oxigenada que estaria sendo adicionada ao leite. Essas substâncias não aparecem no laudo porque desaparecem quatro horas após sua adição. A alta alcalinidade seria um resultado dessa adição.
Novas amostras das três marcas foram colhidas em Uberaba na semana passada e enviadas para análise.


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