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Laudo usado pela PF aponta o dobro da alcalinidade permitida
JUCIMARA DE PAUDA
DA FOLHA RIBEIRÃO, EM UBERABA
Laudo do Laboratório Nacional Agropecuário de Minas
anexado ao inquérito do leite
instaurado pela Polícia Federal
de Uberaba mostra que as
amostras das marcas Parmalat,
Calu e Centenário recolhidas
nos supermercados da cidade,
de 17 a 20 de agosto, estavam
impróprias para o consumo
porque tinham o dobro do teor
de alcalinidade permitido.
O laudo serviu de base para a
operação Ouro Branco, na semana passada. Os nove lotes
que tiveram amostras analisadas foram interditados.
A alcalinidade alta, diz o laudo, mostra que substâncias químicas foram colocadas no produto para mascarar a quantidade de água adicionada. O teste
não concluiu quais substâncias
causaram a alcalinidade.
As três amostras da Parmalat
tinham índices de 0,062% de
Na2CO3 (carbonato de sódio),
0,071% e 0,061% -o padrão de
referência varia de 0,015% a
0,030%. Só uma amostra da
Calu, de Uberlândia, teve resultado mais alto: 0,083%. Os índices do Centenário variaram de
0,044% a 0,060%.
Foi identificada também nas
amostras das três marcas baixa
acidez (veja quadro ao lado).
O resultado foi enviado ao
delegado Ricardo Ruiz da Silva
e ao promotor João Vicente
Davina em 19 de setembro.
Segundo o laudo, não é possível saber se as substâncias adicionadas fazem mal à saúde humana: "Como não foi identificada a substância adicionada,
não há elementos suficientes
para responder à pergunta".
Na Ouro Branco, a PF identificou uma fórmula com soda
cáustica e água oxigenada que
estaria sendo adicionada ao leite. Essas substâncias não aparecem no laudo porque desaparecem quatro horas após sua
adição. A alta alcalinidade seria
um resultado dessa adição.
Novas amostras das três
marcas foram colhidas em
Uberaba na semana passada e
enviadas para análise.
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