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SEGURANÇA
Rafik Louzada foi exonerado há 9 dias
Ex-chefe de polícia diz que sucessor não deve ficar até o fim do governo
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Exonerado há nove dias do cargo de chefe da Polícia Civil do Rio,
o delegado Rafik Louzada disse à
Folha que seu sucessor, delegado
Álvaro Lins, não deverá ficar até o
fim do governo Anthony Garotinho (sem partido).
Na análise de Louzada, as substituições de pessoas em cargos de
chefias são normais na administração pública. O governador
exonerou Louzada sob a alegação
de que a Polícia Civil não estava
conseguindo esclarecer a autoria
de 90% dos crimes ocorridos no
Estado. O delegado não quis polemizar com o governador.
"As únicas pessoas que podiam
avaliar (o trabalho desenvolvido
por Louzada na Polícia Civil)
eram o governador e o secretário
(Josias Quintal, coronel da Polícia
Militar). Eles acharam que as taxas (de elucidação de crimes) estavam baixas e me substituíram.
Como substituí um outro (delegado Carlos Alberto D'Oliveira).
Como esse (Lins) certamente será
substituído", disse ele.
Policial civil há 31 anos, Louzada, 61, pretende desfrutar de férias
neste mês. Em janeiro, ele disse
que se reapresentará à Polícia Civil, à espera de designação para
uma nova função.
"Sou funcionário público. Preciso trabalhar. Vou ficar de férias
em dezembro. Volto a trabalhar
em janeiro", disse o delegado.
Ele insistiu ter considerado natural sua substituição por Lins, 28
anos mais novo que ele e delegado
da Polícia Civil há apenas dois
anos. Louzada evitou fazer críticas a Garotinho e aos responsáveis pela segurança pública no
Rio. Ele também não quis falar sobre a possibilidade de a Comissão
Parlamentar de Inquérito do Narcotráfico pedir seu indiciamento
por suposta prática de extorsão.
Interpelação judicial
A Adepol (Associação dos Delegados de Polícia) anunciou que
interpelará judicialmente o governador, que teria declarado que
os policiais civis contrários à instalação do ISP (Instituto de Segurança Pública) estariam envolvidos em atos de corrupção.
"Se o governador confirmar a
declaração, será processado", disse o delegado Wladimir Reale,
presidente da entidade. A Adepol
impetrou no Supremo Tribunal
Federal ação que acusa de inconstitucional a lei que criou o ISP.
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