São Paulo, domingo, 02 de dezembro de 2001

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ENTREVISTA

Novo exame dá diagnóstico do câncer em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Um novo exame para detectar precocemente o câncer de próstata, o PSA complexado, mais específico e sensível, foi liberado pelo FDA (a vigilância sanitária norte-americana) no início do ano e já é disponibilizado por um laboratório de São Paulo.
Segundo Ricardo de Oliveira, 50, diretor do laboratório Salomão & Zoppi, que trouxe o procedimento, o exame, no entanto, não dispensa o toque retal.
O câncer de próstata é o segundo mais comum em homens no país, segundo dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer). É ainda o quarto colocado na taxa de mortalidade.
A prevenção deve começar a partir dos 50 anos ou antes, para quem tem casos na família. A detecção é feita pelo toque e pela dosagem de substâncias produzidas pela próstata.
"O PSA complexado é um avanço tecnológico e chega a 95% de sensibilidade", avalia o coordenador da Campanha Nacional de Prevenção do Câncer da Sociedade Brasileira de Cancerologia, Ricardo Antunes.
Na semana passada, a sociedade ofereceu o exame de graça durante a campanha em São Paulo.
O PSA (antígeno prostático específico, sigla em inglês) é uma proteína liberada no sangue pelas células da próstata que, em níveis elevados, pode indicar o câncer. Há dois tipos de PSA. O livre e o complexado. Antes do novo exame, era possível analisar o livre ou a soma de ambos, mas não somente o complexado, cujo aumento tem relação direta com o câncer de próstata.

Folha - O que muda com o novo exame?
Ricardo de Oliveira -
Quando você avalia o PSA total [soma do livre e complexado", por exemplo, a elevação pode indicar tanto o tumor como o que não é. Há processos infecciosos, traumas que podem elevar o PSA e isso não significa um processo tumoral.
Quando você passa ao complexado, avalia somente o que eleva na presença do tumor. Aí vem a questão da sensibilidade, os casos que o PSA total não diagnosticava [a sensibilidade desse exame é de cerca de 80%". O índice sobe para 95% usando o complexado.

Folha - O procedimento pode diminuir o número de exames pelos quais o paciente tem de passar?
Oliveira -
O PSA complexado consegue evitar 35% dos exames invasivos, como o ultra-som transretal [usado, por exemplo, quando o toque retal e o PSA total não são conclusivos".

Folha - O exame poderá eliminar o toque retal?
Oliveira -
Ainda não é possível dizer isso. Precisamos de mais experiência com o exame. Será preciso comparar o PSA complexo com o toque retal. Mas, com a adição desse exame ao PSA total e ao toque, chegamos quase à perfeição em termos de detecção precoce de câncer de próstata. (FL)


Salomão & Zoppi Medicina Diagnóstica
Rua Correia Dias, 48, Paraíso, São Paulo
Tel.: 0/xx/11/5549-9033
Custo do exame: R$ 250,00




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