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EDUCAÇÃO
Ministério propõe realizar exame duas vezes: no final do 1º e do último ano do curso, que passará a ter avaliação trienal
Estudante do 1º ano também fará o provão
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A proposta do novo sistema de
avaliação do ensino superior, divulgada ontem pelo Ministério da
Educação, prevê a aplicação de
duas provas no lugar de uma, como acontece hoje. Será um exame
no final do primeiro ano e outro
no último ano do curso.
Cada curso será avaliado uma
vez a cada três anos. Farão as provas alunos do primeiro e do último ano. É possível ser avaliado
duas vezes -se o estudante estiver no primeiro e no último ano
quando seu curso for avaliado.
Mas pode-se obter o diploma
sem fazer o teste. Isso ocorreria se
o aluno não estivesse no primeiro
nem no último ano quando o curso fosse avaliado -ou não fosse
sorteado para fazer a prova, para
os cursos mais populosos.
O Exame Nacional de Desempenho do Corpo Discente, aplicado no lugar do provão, terá 70%
das questões sobre o conteúdo do
curso e 30% ligadas a conhecimentos da formação do aluno.
A principal diferença em relação ao atual Exame Nacional de
Cursos, o provão (aplicado a todos os formandos de cursos avaliados anualmente) será a importância da prova. Ela passará a ser
um dos quatro itens do Ides (Índice do Desenvolvimento do Ensino Superior), atribuído a cada
curso e a cada instituição.
As mudanças constam da proposta do MEC de projeto de lei do
novo Sistema Nacional de Avaliação e Progresso da Educação Superior, apresentada ontem a cinco
entidades que representam instituições públicas e privadas.
A medida recebeu apoio das
cinco entidades, que representam
a maioria das instituições, e da
União Nacional dos Estudantes.
Hoje a proposta será apresentada pelo ministro Cristovam Buarque aos senadores. Depois, ele encaminha o projeto de lei à Casa
Civil, que o enviará ao Congresso.
Atualmente, por meio do provão, os cursos têm conceitos que
variam de A a E. Há casos em que
os alunos boicotavam o provão, e
os cursos acabavam ficando com
conceitos menores. Para a UNE,
com o novo sistema, deve acabar
a resistência dos universitários.
Na nova proposta, o exame nacional passa a ser o indicador de
aprendizagem da instituição. A
aplicação de duas provas permitirá, segundo o MEC, localizar "de
maneira mais precisa onde estão
as dificuldades" e "mostrar o
avanço do aluno graças ao curso".
Além do exame, o novo conceito dos cursos levará em consideração três outros itens:
1) o processo de ensino, que
reúne informações referentes aos
professores, como formação, dedicação à atividade acadêmica,
publicações e até eventuais avaliações feitas pelos alunos;
2) a capacidade institucional.
Inclui informações sobre programas de pós-graduação oferecidos
pela instituição, produção científica e instalações físicas;
3) envolvimento do curso com a
sociedade, com dados que mostrem, por exemplo, o conteúdo
voltado para solução de problemas nacionais, o envolvimento
em projetos de alfabetização e até
cotas para negros.
"O provão tirava a temperatura
dos cursos. Agora vamos fazer
um check-up completo e ao mesmo tempo dar a receita para que o
curso melhore", afirmou o ministro Cristovam Buarque.
Ao final da avaliação, as instituições assinam um documento em
que se comprometem a melhorar
em pontos insatisfatórios. Se em
três anos não melhorarem, podem ter o vestibular suspenso ou
o curso fechado.
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