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Dono pede de volta maior piscinão da cidade
O Pedreira São Mateus, em Guaianases, funciona em área particular, mas a prefeitura não paga o aluguel há 20 meses
Sem esse reservatório, o CEU Jambeiro, inaugurado com a presença de Lula em 2003, poderia ficar alagado durante a época de chuvas
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O maior piscinão de São Paulo pode deixar de existir. O reservatório Pedreira São Mateus, em Guaianases (zona leste), é o único da cidade construído em terreno particular.
Porém, sem receber há 20 meses o aluguel pela área, o dono
entrou na Justiça com um pedido de reintegração de posse.
Sem esse piscinão, o CEU
(Centro Educacional Unificado) Jambeiro, localizado nas
imediações, corre o risco de
inundar nos períodos de chuva.
Com capacidade para 1,8 milhão m3 de água, o Pedreira São
Mateus armazena sozinho o
mesmo que todos os outros oito piscinões da zona leste juntos. Foi instalado em outubro
de 2003, na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (PT).
A prefeitura tinha urgência.
O CEU Jambeiro, inaugurado
em agosto daquele ano com a
presença do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT), foi
erguido em área alagável.
A obra de um piscinão demora pelo menos dois anos e a pedreira era uma solução natural
para evitar o transbordamento
do córrego Itaquera. Assim, a
prefeitura fez um acordo com o
proprietário da pedreira São
Mateus, Afonso Dias, e alugou
a área por R$ 150 mil ao mês.
O secretário do Verde e Meio
Ambiente da época, o deputado
estadual Adriano Diogo (PT),
confirmou a preocupação com
o possível alagamento do CEU
Jambeiro. Segundo ele, o aluguel foi feito em caráter emergencial e a intenção era preparar a desapropriação da área.
Moradores disseram que a
área costumava alagar antes da
inauguração do CEU. "Entrava
água até um metro de altura
dentro de casa. Quando inaugurou o CEU e a Nova Radial,
melhorou bastante. Agora estamos no céu", disse Ednalva Desidério, 61, que mora há 46
anos na região.
Em janeiro de 2005, após a
posse de José Serra (PSDB), a
administração suspeitou de irregularidades no processo, decretou a nulidade do contrato e
parou de pagar o aluguel.
Dias disse que aceita manter
o aluguel ou fazer a desapropriação amigável, desde que receba o valor adequado -ele reivindica R$ 40 milhões; a prefeitura aceita pagar até R$ 15
milhões. Segundo Dias, a área
tem decreto emitido pelo governo federal para a exploração
mineral, o que impede a desapropriação judicial por parte
da prefeitura.
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