São Paulo, sábado, 02 de dezembro de 2006

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Indicado herda irregularidades e déficit de pessoal

MARIO CESAR CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O economista João Sayad tem dois abacaxis, pelo menos, para descascar na Secretaria de Cultura do Estado: duas sociedades de amigos de museu são investigadas por suspeitas de uso de caixa dois, entre outras irregularidades, e o órgão que ele assumirá tem um déficit brutal de funcionários.
As sociedades investigadas pelo promotor Silvio Marques são as do MIS (Museu da Imagem e do Som) e do Museu da Casa Brasileira.
O promotor já recomendou duas vezes que o atual secretário, o cineasta João Batista de Andrade, retirasse as sociedades de amigos da gestão dos dois museus. Como Andrade recusou a sugestão, é praticamente certo que Sayad inicie sua gestão tendo de responder a uma ação judicial.
O Ministério Público apura suspeitas de quatro irregularidades no MIS e no Museu da Casa Brasileira: a de que as sociedades de amigos serviriam de caixa dois para os museus; a de que diretores agiriam como quadrilha; lavagem de dinheiro; peculato (desvio de dinheiro ou bem por servidor público).
O próprio secretário e seu chefe-de-gabinete, Fábio Magalhães, são investigados sob suspeita de terem cometido o crime de prevaricação. Uma funcionária afirma ter alertado os dois sobre os problemas e, segundo ela, eles não fizeram nada. Eles dizem que mandaram investigar.
O problema dos funcionários talvez seja mais grave. A secretaria tem 314 servidores concursados, quando precisa de 1.500. Essa diferença era contratada como terceirizado. Marcos Mendonça chegou a ter 3.100 funcionários sem concurso; hoje são 209. Neste ano, pela primeira vez desde 1985, a secretaria promoveu concurso para 87 vagas. Para quem tem um déficit de mais de 1.000, é um quase nada.


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