da Sucursal de Brasília

Dos R$ 6,2 bilhões que as universidades federais movimentaram em 97, apenas R$ 2,79 bilhões foram gastos com ensino dos alunos de graduação.
Os cálculos foram feitos pela Andifes (Associação Nacional de Dirigentes das Instituições de Ensino Superior). Para chegar ao valor gasto exclusivamente com o ensino de graduação, foram excluídos os recursos usados para pagar inativos e pensionistas, pesquisa, despesas com hospitais universitários extra-ensino (como atendimento à população) e pagamento de precatórios.
A Andifes fez esse levantamento para se contrapor aos dados divulgados pelo MEC que apontam que os gastos per capita com a manutenção de alunos nas universidades públicas chegam a US$ 14,4 mil por ano -acima de todos os países do Mercosul e da maioria dos europeus.
A comparação entre o custo dos alunos das universidades públicas brasileiras com a de outros 42 países foi feita na semana passada em pesquisa divulgada pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
O cálculo do MEC foi feito usando como base o ano de 1996 e inclui todas as despesas que as universidades têm -inclusive com pagamento de aposentados- independentemente de serem voltadas só para ensino.
Na opinião da Andifes, o cálculo do custo por aluno deveria levar em conta apenas o que é efetivamente gasto com ensino. Dessa forma, os gastos anuais com cada aluno das federais cairiam para R$ 5.482. "Não tem sentido incluir as despesas que os hospitais universitários têm com o atendimento à população no cálculo do custo com aluno da graduação, porque isso não tem nada a ver com ensino. Em nenhum país do mundo é assim", afirma José Ivonildo do Rêgo, presidente da Andifes.
Para Ivonidlo, os dados apresentados pelo MEC não são errados, mas dão uma visão distorcida de quanto as universidades de fato gastam com cada aluno. "Fica parecendo que estamos nadando em dinheiro e essa não é de maneira alguma a realidade das universidades federais", disse. (DF)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice