DA AGÊNCIA FOLHA

Pelo menos 80 prédios -55 residenciais e 25 comerciais- foram destruídos pelas chuvas nos dois últimos dias de 2001 no centro histórico da cidade de Goiás, segundo a Defesa Civil. Outras 242 casas sofreram avarias e 17 correm risco de desabamento. Há 195 desabrigados cadastrados.
O levantamento completo dos prejuízos financeiros servirá de base para pleitear verbas federais para a reconstrução do centro histórico. Hoje, o presidente Fernando Henrique Cardoso e o ministro da Integração Nacional, Ney Suassuna, deverão visitar a cidade para avaliar os estragos.
O ministro da Cultura, Francisco Weffort, já anunciou que serão destinados R$ 2 milhões do Programa Monumenta, que tem apoio do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), para o início da reconstrução dos prédios. O governo estadual destinará R$ 300 mil para obras de saneamento, telefonia e energia.
A prefeitura tentará antecipar o financiamento de R$ 3 milhões, feito ao Banco Mundial, e o remanejamento dos R$ 90 mil solicitados ao Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico, Natural e Artístico Nacional) para a reconstrução do quartel do Exército. Além disso, um inventário dos danos arquitetônicos será apresentado à Unesco para solicitar verbas.
A cidade tornou-se patrimônio histórico da humanidade em junho. Durante os dois anos em que o município preparava a candidatura, foram gastos R$ 34 milhões para obras. A prefeitura estima que 20% do trabalho foi perdido.
Ontem, voltou a chover em Goiás, e os bombeiros removeram 23 famílias das margens do rio Vermelho. Para ambientalistas, a enchente está relacionada ao desmatamento e aos incêndios florestais na área.
Em Minas, onde há 1.780 desabrigados, as chuvas continuam causando deixando em alerta cidades como Governador Valadares. Três cidades decretaram situação de calamidade pública, e 12 estão em estado de emergência.



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