São Paulo, quinta-feira, 03 de janeiro de 2002

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TRANSPLANTE DE RIM

Compatibilidade entre doador e receptor passa a determinar ordem para cirurgias

Tempo de fila deixa de ser critério

DA REPORTAGEM LOCAL

O critério para o transplante de rins no Estado de São Paulo deixa de ser o tempo na fila e passa a ser o da compatibilidade para o HLA, sigla que identifica os antígenos leucocitários humanos. Quando compatíveis, eles resultam em melhor qualidade do transplante e menor risco de rejeição.
A mudança de critérios foi anunciada ontem pela Central de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde e está valendo para os 10.261 pacientes que esperam por um rim na fila do Estado.
O novo critério estava previsto em portaria do Ministério da Saúde de 1998, que deu aos Estados 12 meses para a tipagem de pacientes na fila. Só agora, com 18 meses de atraso, São Paulo adota o novo critério do HLA.
"O objetivo é conseguir melhor qualidade no transplante, com maior e melhor sobrevida, e o uso menor de drogas contra a rejeição", disse o médico Luiz Augusto Pereira, coordenador da Central de Transplantes.
Quando ocorre um empate pelo critério HLA, o órgão vai para o paciente com maior tempo de fila, com diabetes ou em condições de saúde mais precárias.
Segundo o médico, cada pessoa, ao nascer, recebe três tipos de HLA do pai e três tipos da mãe. Um casal que tem quatro filhos, por exemplo, terá filhos com diferentes combinações. Quando dois irmãos têm combinações idênticas, tornam-se doadores intervivos ideais, caso um venha a precisar de um transplante de rins.
Segundo Pereira, o tempo de espera por um rim de uma pessoa morta está entre sete e oito anos. Cerca de 270 novos pacientes entram na fila a cada mês, enquanto são feitos cem transplantes, em média, metade com rim de pessoa morta e metade de doador vivo.
Levantamentos feitos nos últimos quatro anos mostram que 80% dos transplantados estão vivos depois desse período e que 60% deles estão com o novo rim funcionando.
A expectativa é que, com a adoção do critério HLA, a qualidade dos transplantes melhore e a sobrevida também.
(AURELIANO BIANCARELLI)


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