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TRANSPLANTE DE RIM
Compatibilidade entre doador e receptor passa a determinar ordem para cirurgias
Tempo de fila deixa de ser critério
DA REPORTAGEM LOCAL
O critério para o transplante de
rins no Estado de São Paulo deixa
de ser o tempo na fila e passa a ser
o da compatibilidade para o HLA,
sigla que identifica os antígenos
leucocitários humanos. Quando
compatíveis, eles resultam em
melhor qualidade do transplante
e menor risco de rejeição.
A mudança de critérios foi
anunciada ontem pela Central de
Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde e está valendo para
os 10.261 pacientes que esperam
por um rim na fila do Estado.
O novo critério estava previsto
em portaria do Ministério da Saúde de 1998, que deu aos Estados 12
meses para a tipagem de pacientes na fila. Só agora, com 18 meses
de atraso, São Paulo adota o novo
critério do HLA.
"O objetivo é conseguir melhor
qualidade no transplante, com
maior e melhor sobrevida, e o uso
menor de drogas contra a rejeição", disse o médico Luiz Augusto Pereira, coordenador da Central de Transplantes.
Quando ocorre um empate pelo
critério HLA, o órgão vai para o
paciente com maior tempo de fila,
com diabetes ou em condições de
saúde mais precárias.
Segundo o médico, cada pessoa,
ao nascer, recebe três tipos de
HLA do pai e três tipos da mãe.
Um casal que tem quatro filhos,
por exemplo, terá filhos com diferentes combinações. Quando dois
irmãos têm combinações idênticas, tornam-se doadores intervivos ideais, caso um venha a precisar de um transplante de rins.
Segundo Pereira, o tempo de espera por um rim de uma pessoa
morta está entre sete e oito anos.
Cerca de 270 novos pacientes entram na fila a cada mês, enquanto
são feitos cem transplantes, em
média, metade com rim de pessoa
morta e metade de doador vivo.
Levantamentos feitos nos últimos quatro anos mostram que
80% dos transplantados estão vivos depois desse período e que
60% deles estão com o novo rim
funcionando.
A expectativa é que, com a adoção do critério HLA, a qualidade
dos transplantes melhore e a sobrevida também.
(AURELIANO BIANCARELLI)
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