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Cristovam Buarque assume pasta da Educação e elogia Paulo Renato
PATRICIA ZORZAN
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
Uma das mais concorridas da
Esplanada, a transmissão de cargo ao novo ministro da Educação,
Cristovam Buarque, foi marcada
ontem, em Brasília, pelas presenças do ditador cubano Fidel Castro, do senador eleito Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA) e do
ex-prefeito de São Paulo, Paulo
Maluf (PPB).
Cerca de 800 pessoas, segundo a
assessoria da pasta, assistiram à
cerimônia na qual Cristovam prometeu a erradicação do analfabetismo e ainda trocou elogios com
seu antecessor no cargo, Paulo
Renato (PSDB). ""Impossível não
reconhecer que houve avanços. O
próprio presidente já disse que,
na Educação, é pisar no acelerador e virar à esquerda", declarou.
O clima amistoso foi iniciado
por Paulo Renato, que, ao se despedir, classificou a opção por
Cristovam como ""brilhante". ""É
uma alegria passar o cargo a Cristovam Buarque. Poucas pessoas
estão tão qualificadas para a função quanto ele", disse o tucano.
Mas o momento de maior empolgação foi provocado pela presença de Fidel, acompanhado de
um forte esquema de segurança.
Muito aplaudido ao chegar, o ditador cubano causou tumulto e
empurra-empurra ao final do
evento. Aos gritos de ""Lula: sim.
Ianques: não. Viva Fidel e a revolução", cerca de 500 simpatizantes que esperavam pelo cubano na
porta do ministério também vaiaram a presença de ACM, que deixou o prédio minutos depois.
Recebido com um coro de ""um,
dois, três, ACM no xadrez", o senador baiano ainda tentou, sem
sucesso, argumentar contra o
bordão.
Maluf foi mais discreto e preferiu apenas cumprimentar o novo
ministro antes do início da cerimônia. Cristovam agradeceu pelo
gesto. ""Fico honrado de ter sido
abraçado há pouco, não sei se ele
ainda está aqui, pelo deputado
Paulo Maluf. Simbolizando que
esse projeto de educação está acima das divergências políticas."
ACM mereceu distinção semelhante ao ser apontado por Cristovam como um dos responsáveis
pelo projeto de erradicação da pobreza. ""E pobreza está acima de
qualquer divergência política."
Com a voz embargada em vários momentos do discurso, o novo ministro confessou estar realizando um sonho. ""Minha disputa
é com a história", disse sobre sua
intenção de acabar com o analfabetismo inclusive entre os aposentados. O petista prometeu ainda verificar a existência de analfabetos no ministério e afirmou estar disposto a alfabetizá-los.
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