São Paulo, sexta-feira, 03 de janeiro de 2003

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Cristovam Buarque assume pasta da Educação e elogia Paulo Renato

PATRICIA ZORZAN
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

Uma das mais concorridas da Esplanada, a transmissão de cargo ao novo ministro da Educação, Cristovam Buarque, foi marcada ontem, em Brasília, pelas presenças do ditador cubano Fidel Castro, do senador eleito Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e do ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PPB).
Cerca de 800 pessoas, segundo a assessoria da pasta, assistiram à cerimônia na qual Cristovam prometeu a erradicação do analfabetismo e ainda trocou elogios com seu antecessor no cargo, Paulo Renato (PSDB). ""Impossível não reconhecer que houve avanços. O próprio presidente já disse que, na Educação, é pisar no acelerador e virar à esquerda", declarou.
O clima amistoso foi iniciado por Paulo Renato, que, ao se despedir, classificou a opção por Cristovam como ""brilhante". ""É uma alegria passar o cargo a Cristovam Buarque. Poucas pessoas estão tão qualificadas para a função quanto ele", disse o tucano.
Mas o momento de maior empolgação foi provocado pela presença de Fidel, acompanhado de um forte esquema de segurança. Muito aplaudido ao chegar, o ditador cubano causou tumulto e empurra-empurra ao final do evento. Aos gritos de ""Lula: sim. Ianques: não. Viva Fidel e a revolução", cerca de 500 simpatizantes que esperavam pelo cubano na porta do ministério também vaiaram a presença de ACM, que deixou o prédio minutos depois.
Recebido com um coro de ""um, dois, três, ACM no xadrez", o senador baiano ainda tentou, sem sucesso, argumentar contra o bordão.
Maluf foi mais discreto e preferiu apenas cumprimentar o novo ministro antes do início da cerimônia. Cristovam agradeceu pelo gesto. ""Fico honrado de ter sido abraçado há pouco, não sei se ele ainda está aqui, pelo deputado Paulo Maluf. Simbolizando que esse projeto de educação está acima das divergências políticas."
ACM mereceu distinção semelhante ao ser apontado por Cristovam como um dos responsáveis pelo projeto de erradicação da pobreza. ""E pobreza está acima de qualquer divergência política."
Com a voz embargada em vários momentos do discurso, o novo ministro confessou estar realizando um sonho. ""Minha disputa é com a história", disse sobre sua intenção de acabar com o analfabetismo inclusive entre os aposentados. O petista prometeu ainda verificar a existência de analfabetos no ministério e afirmou estar disposto a alfabetizá-los.



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