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Olayr Coan, história de vida nos palcos
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Nem se fosse encenada pareceria tão trágica a morte do
ator e diretor de teatro Olair
José Coan, o Olayr Coan dos
palcos paulistanos.
Porque "tinha o teatro no
sangue" o menino de Porto
Feliz (SP), que já aos 5 declamava poesias e representava
nos teatrinhos da escola. Aos
13, escreveu peças que encenou com amigos da cidade
-não importava que lotasse
apenas o ginásio do colégio.
Mas ele calculara o futuro.
Aos 18 foi estudar na Escola
de Arte Dramática da USP.
Alguns anos depois já fazia
peças com Antunes Filho,
como "Macunaíma" e "Nelson 2 Rodrigues".
Atuou ainda em sucessos
como "Toda Nudez Será Castigada", de Nelson Rodrigues. Mas o auge da carreira
chegou em 1998, quando foi
indicado ao Prêmio Shell de
melhor ator por sua atuação
no monólogo "A Confissão
de Leontina", adaptação de
Lygia Fagundes Telles.
Como diretor, sua primeira peça de projeção foi "Laranja Mecânica", de Burgess.
Dirigiu ainda "Drácula" e
"Veríssimo em Revista". E
eram seus textos que originaram peças como "A Língua
Perdida" e "TV or Not TV".
Na próxima sexta estrearia
"O Mala". Chegou a ensaiar
com o elenco, antes de pegar
a estrada rumo a Porto Feliz,
no sábado, onde passaria o
Ano Novo com a família em
seu sítio -onde esperavam
os vira-latas Juca e Chan.
Coan não tinha filhos, mas
nutria "uma paixão pelos
animais" -ia visitá-los no sítio uma vez por semana. Seria igual nesse sábado -mas
ele bateu o carro contra uma
carreta na rodovia Castello
Branco e morreu na hora. No
dia 7 faria 49 anos. A família
planejava uma festa.
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