São Paulo, quinta-feira, 03 de janeiro de 2008

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Olayr Coan, história de vida nos palcos

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Nem se fosse encenada pareceria tão trágica a morte do ator e diretor de teatro Olair José Coan, o Olayr Coan dos palcos paulistanos.
Porque "tinha o teatro no sangue" o menino de Porto Feliz (SP), que já aos 5 declamava poesias e representava nos teatrinhos da escola. Aos 13, escreveu peças que encenou com amigos da cidade -não importava que lotasse apenas o ginásio do colégio.
Mas ele calculara o futuro. Aos 18 foi estudar na Escola de Arte Dramática da USP. Alguns anos depois já fazia peças com Antunes Filho, como "Macunaíma" e "Nelson 2 Rodrigues".
Atuou ainda em sucessos como "Toda Nudez Será Castigada", de Nelson Rodrigues. Mas o auge da carreira chegou em 1998, quando foi indicado ao Prêmio Shell de melhor ator por sua atuação no monólogo "A Confissão de Leontina", adaptação de Lygia Fagundes Telles.
Como diretor, sua primeira peça de projeção foi "Laranja Mecânica", de Burgess. Dirigiu ainda "Drácula" e "Veríssimo em Revista". E eram seus textos que originaram peças como "A Língua Perdida" e "TV or Not TV".
Na próxima sexta estrearia "O Mala". Chegou a ensaiar com o elenco, antes de pegar a estrada rumo a Porto Feliz, no sábado, onde passaria o Ano Novo com a família em seu sítio -onde esperavam os vira-latas Juca e Chan.
Coan não tinha filhos, mas nutria "uma paixão pelos animais" -ia visitá-los no sítio uma vez por semana. Seria igual nesse sábado -mas ele bateu o carro contra uma carreta na rodovia Castello Branco e morreu na hora. No dia 7 faria 49 anos. A família planejava uma festa.


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