|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MEIO AMBIENTE
Pescadores dizem que há erros no cadastramento
Excluídos reclamam da lista de indenizações feita pela Petrobras
ISABEL CLEMENTE
da Sucursal do Rio
Houve confusão no primeiro
dia de pagamento das indenizações aos pescadores prejudicados
pelo vazamento de óleo da Petrobras na baía de Guanabara, no dia
18 de janeiro.
A Petrobras começou a pagar
uma ajuda de custo mensal, que
varia de R$ 150 a R$ 500, com base
no seu cadastro, que tinha 5.463
nomes. Numa última triagem, a
empresa retirou 246 nomes que
estariam duplicados. Segundo a
empresa, havia pescadores cadastrados em quatro postos.
A lista dos beneficiados está
custando R$ 1.805.000 por mês à
estatal, responsável pelo derramamento de 1.292 toneladas de
óleo na baía.
Pescadores que não viram seus
nomes na lista da empresa reclamavam na porta das agências
bancárias e denunciavam que
"pessoas que não têm nada a ver
com a pesca" estavam recebendo
dinheiro.
"Tem mecânico, motorista de
ônibus e até policial cadastrado. A
culpa é da própria Petrobras, que
não nos consultou", disse Gilberto Alves, vice-presidente da Feperj (Federação dos Pescadores
do Estado do Rio de Janeiro).
Entre os excluídos, havia pessoas que se cadastraram num dos
13 postos de atendimento da Petrobras e também pescadores
que, por integrarem colônias, não
cumpriram essa etapa acreditando que seriam automaticamente
indenizados.
"Achei que a colônia ia resolver
isso", disse o pescador Luís Henrique Barreto Rodrigues, 39, que
há 12 vive da pesca.
Rodrigues e outros pescadores
estavam na manhã de ontem na
sede da colônia Z8, em Niterói (a
14 km do Rio), contrariados por
não terem recebido a indenização.
Outro lado
A Petrobras informou que só
pagou àqueles que preencheram a
ficha nos postos de atendimento,
comprovaram viver da pesca na
baía e apresentaram algum documento oficial.
O pescador Sebastião da Conceição -40 anos de pesca - conta ter se inscrito no posto de Gradim, em São Gonçalo (a 20 km do
Rio). Ele disse ter levado fotografia e duas testemunhas, menos
documento. Seu nome não estava
na lista. "Não vi nome igual ao
meu", disse.
Em decisão anunciada na manhã de ontem, a Petrobras se
comprometeu com as colônias a
analisar um a um os casos de pescadores que não tenham recebido
a ajuda de custo mensal prometida, até que a baía de Guanabara
seja esteja livre do óleo e novamente liberada para a pesca.
A Federação Municipal das Associações dos Moradores e Comunidades Organizadas de Magé
informou que faria o cruzamento
dos cadastros das colônias de pescadores a ela filiadas com o da Petrobras para apontar os prováveis
erros do cadastramento.
Até as 16h de ontem, 2.407 pescadores tinham recebido a indenização no primeiro dia de pagamentos.
Texto Anterior: Desarmamento: Aprovada restrição a porte de armas Próximo Texto: Governo tem US$ 60 mi de sobra para despoluição Índice
|