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INCÊNDIO
Uma das conclusões é que o cadeado que prendia barra de segurança dificultou o socorro a uma das vítimas graves
Laudo vê falhas na segurança da TV Globo
KARINE RODRIGUES
DA SUCURSAL DO RIO
Um cadeado prendendo a barra
de segurança dificultou a retirada
da menina Thamires Gomes Vallejo, 7, da cadeira da roda gigante
onde ela estava sentada durante o
incêndio no estúdio de gravação
do programa "Xuxa Park". Esta
foi uma das conclusões do segundo laudo elaborado pelo ICCE
(Instituto de Criminalística do
Carlos Éboli), divulgado ontem.
Thamires está internada no
Centro de Tratamento Intensivo
do Hospital de Força Aérea do
Galeão, no Rio. Ela foi uma das vítimas mais graves do incêndio,
ocorrido no dia 11 de janeiro no
Projac, cidade cenográfica da Rede Globo em Jacarepaguá.
"A barra de segurança com o cadeado permitia somente a retirada de crianças de compleição física regular ou franzinas. Como a
Thamires é gordinha, isso atrapalhou", disse o delegado Zaqueu
Teixeira, da 32ª Delegacia de Polícia, de Jacarepaguá (zona oeste).
De acordo com o laudo, de seis
páginas, a roda gigante onde Thamires estava sentada deveria ser
utilizada apenas como peça do cenário e não como brinquedo, como ocorreu. No momento do incêndio, outras cinco crianças estavam na roda gigante.
Os peritos do ICCE também
concluíram que o vídeo exibido
antes do início das gravações para
orientar o público em situações
de emergência não possuía informações detalhadas sobre o procedimento de saída. Além disso,
uma parede de madeira teria atrapalhado a saída de quem estava
nas arquibancadas do estúdio. O
laudo afirma ainda que o combate
inicial ao fogo, com a utilização de
extintores, foi inócuo.
Em 25 de janeiro, o ICCE concluiu que o incêndio foi acidental
e causado por curto-circuito no
spot de luz giratório da nave que
fazia parte do cenário. Teixeira
solicitou esclarecimentos ao ICCE
sobre algumas conclusões desse
laudo. Ele quer informações sobre
os fios elétricos com emendas encontrados pelos peritos na área da
nave, onde começou o fogo.
O delegado informou que vai
tomar depoimentos de outras
pessoas que estavam no estúdio
na hora do acidente. "Faltam ainda ouvir os vigilantes, o pessoal
que manuseava a roda gigante e
também os responsáveis pela infra-estrutura, além da Xuxa."
Cerca de 300 pessoas, entre elas
200 crianças, estavam no estúdio
quando o incêndio ocorreu. Das
26 pessoas atendidas, 14 foram internadas. Entre as vítimas, os casos mais graves foram os de Thamires e do segurança da Xuxa,
Leonílson Vieira de Oliveira, 47.
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