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25% do arsenal do crime vem do mercado legal
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma pesquisa do Iser (Instituto Superior de Ensino Religioso), a partir da análise de 47
mil armas apreendidas pela polícia do Rio de Janeiro, mostra
que 25% das armas apreendidas com bandidos haviam entrado legalmente no mercado.
Esse é o principal argumento
utilizado pelo Viva Rio, uma
organização não-governamental fluminense, para pedir a
aprovação do projeto de lei que
proíbe a venda de armas a civis.
"Os cidadãos de bem que se
armam acabam armando os
bandidos. Essas armas são roubadas ou perdidas e acabam
nas mãos do crime", diz o sociólogo Antônio Rangel Bandeira, coordenador de desarmamento do Viva Rio.
Realizada em 2000, a pesquisa revelou que 88,9% das armas
apreendidas eram pistolas ou
revólveres e 83% delas haviam
sido produzidas no Brasil.
Rangel Bandeira acusa as empresas de segurança privada, a
PF e a própria indústria bélica
pela grande quantidade de armas nas mãos de bandidos.
Ele diz que é comum as empresas de segurança doarem
armas a seus funcionários
quando eles são demitidos, como forma de compensação pela inadimplência das obrigações trabalhistas.
"Em 2001, sumiram 10 mil armas vendidas legalmente às
empresas de vigilância privada
no Rio." Ele diz que não há
controle no transporte das armas destinadas aos mercados
interno e externo e afirma que
falta fiscalização nas fronteiras.
Uma CPI realizada no Paraguai concluiu que só 20% dos
contêineres enviados do Brasil
para aquele país efetivamente
chegaram a seu destino. Nos
outros casos, apenas a papelada teria sido transportada. Por
isso, em agosto de 2001, o Paraguai decretou uma moratória
de três anos na importação de
armas brasileiras.
O Viva Rio defende a redução
de 20 anos para cinco anos no
prazo que as armas envolvidas
em crimes devem ficar à disposição da Justiça, como foi feito
no Rio de Janeiro.
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