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21 após acidente, só 20% das obras da linha 4 foram inspecionadas
Metrô diz que não havia problemas na região das 5 frentes de trabalho analisadas
ROGÉRIO PAGNAN
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Vinte e um dias após o pior
acidente do Metrô de São Paulo, quando sete pessoas morreram soterradas, o governador
José Serra (PSDB) ainda não
pode assegurar à população estar excluído o risco de novos
acidentes nas obras da linha 4.
No último dia 12, horas depois do acidente, Serra afirmou
que iria solicitar ao consórcio
uma inspeção na segurança das
outras frentes de trabalho. A
medida buscava, segundo ele,
tranqüilizar os moradores vizinhos aos canteiros de obras.
A carta com o pedido de Serra
foi enviada ao Consórcio Via
Amarela cinco dias após o acidente, segundo o Metrô.
Até a tarde de ontem, ainda
segundo a companhia, essa inspeção havia ocorrido em apenas cinco locais, ou 20% das 25
frentes de trabalho da linha 4-amarela. "Nos trechos analisados, não foi observada nenhuma anormalidade", diz trecho
da nota enviada pelo Metrô.
Foram fiscalizadas, de acordo com a nota, as obras das estações São Paulo (Morumbi e
Butantã) e os trechos de túnel
entre o poço Valdemar Ferreira/Pinheiros e o poço Ferreira
de Araújo/Pinheiros.
O cronograma da inspeção
das outras frentes deve ser
apresentado na próxima semana, de acordo com a nota. Procurado, o consórcio informou
considerar suficiente a resposta dada pela estatal.
As garantias solicitadas pelo
governador também são alvo
de interesse de outros setores.
Representantes do Ministério
Público, sindicatos dos metroviários e da Assembléia Legislativa tentam, sem sucesso, a
mesma resposta.
Na última terça, o presidente
Luiz Carlos David era esperado
na comissão da Assembléia que
investiga o acidente, mas não
compareceu. O deputado governista Orlando Morando
(PSDB) afirmou que a principal
pergunta preparada ao presidente era sobre as garantias.
"Ele [David] precisa vir aqui
dar explicações. Dizer se garante não existir risco de novos acidentes", afirmou. David alegou
não ter atendido ao convite dos
parlamentares porque já tinha
repassado a eles todas as informações de que dispunha.
O temor de novos acidentes
levou o Sindicato dos Metroviários e a Federação Nacional
dos Metroviários a pedir ao Ministério Público a interdição de
toda a obra, até que as garantias
fossem apresentadas pelo governo e pelo consórcio. Não tiveram sucesso.
O promotor da Habitação
Carlos Alberto Amin Filho prometeu tomar providências para
obter as garantias, como pedir à
Justiça a busca e a apreensão de
documentos no Metrô e no
consórcio.
A Delegacia Regional do Trabalho de São Paulo interditou
as obras na estação Pinheiros,
onde ocorreu a tragédia. Até
hoje, desde março de 2004, foram mais dez acidentes.
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