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EDUCAÇÃO
Empresas especializadas fazem promoções, negociam individualmente e dão descontos na cotação da moeda americana
Dólar caro derruba procura por intercâmbio
da Sucursal do Rio
Na tentativa de manter a clientela, as empresas especializadas em
programas de intercâmbio e em
cursos no exterior estão fazendo
promoções, realizando negociações individuais e até dando desconto na cotação do dólar.
As medidas têm relação direta
com a crise econômica vivida pelo
país e que é consequência da desvalorização do real.
Os efeitos já foram sentidos em
janeiro. Na comparação com o
mesmo mês de 98 houve queda da
procura e dos negócios fechados.
A agência de viagens Chanteclair, do Rio, por exemplo, não fechou nenhuma venda de curso de
línguas para o exterior desde que a
cotação do dólar subiu.
"A situação está muito difícil,
ninguém sabe o que vai acontecer", afirma o presidente da empresa, Wilson Carvalhal. Antes da
crise, diz ele, eram de 15 a 20 consultas diárias sobre um curso na
Grande Los Angeles, "e dava para
fechar de dois a três contratos por
dia". Agora, não fecha nenhum.
O STB (Student Travel Bureau) e
a Experimento, duas das mais tradicionais empresas que atuam nesse segmento, registraram queda de
até 20% do volume de negócios fechados e de até 30% na procura.
A explicação para o desempenho
é simples. Como os preços dos cursos e as taxas são em dólar, ficou
mais caro estudar no exterior. Dependendo da escola e do curso, ficar quatro meses no exterior pode
custar até R$ 8.000.
"Muita gente que planejou a viagem está se reprogramando", diz
Patrícia Zochhio Barros, diretora
da Experimento no Brasil. A empresa vendeu 60 programas no
mês passado contra 76 em janeiro
de 98. As consultas, no mesmo período, caíram de 450 para 393.
Para tentar driblar a crise, voltando a atrair seus clientes, a EF
Cursos de Idiomas no Exterior, do
Rio de Janeiro, está fazendo uma
promoção: desconto de R$ 0,20 na
cotação do dólar. Assim, por
exemplo, para o dólar turismo cotado a R$ 1,84 a EF está fechando o
negócio com uma cotação da moeda norte-americana em R$ 1,64.
Reduzir as taxas de inscrição é
outra alternativa adotada na tentativa de manter os clientes. No STB,
os estudantes que têm carteirinha
internacional não pagam os US$
150 de taxa de inscrição. Os outros
pagam US$ 50.
"Dependendo do tipo de programa, é uma redução significativa,
que pode chegar a 10% do total do
curso", diz Christiana Bicalho, diretora de marketing do STB.
Na Experimento, a inscrição caiu
de US$ 300 para US$ 150.
O parcelamento e negociação de
descontos com as escolas no exterior permitiram que o STB mantivesse boa parte dos contratos
-foram fechados 475 em janeiro
contra 500 no mesmo mês do ano
passado.
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