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SEGURANÇA
Justiça manda prender nove acusados de matar quatro jovens; Polícia Civil investiga outros três assassinatos
No Rio, PMs são suspeitos de mais mortes
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
A Justiça do Rio decretou ontem
a prisão temporária de nove policiais militares acusados de ter matado quatro jovens, entre eles um
adolescente de 13 anos, no dia 6 de
dezembro, em Imbariê (Duque de
Caxias, Baixada Fluminense).
Além disso, a Polícia Civil do
Rio investiga a participação de
policiais militares no assassinato
de três adolescentes de 16 anos cujos corpos foram encontrados na
estrada do Sumaré (Tijuca, zona
norte) no dia 19 de setembro do
ano passado.
A Polícia Militar vem enfrentando críticas por mortes de civis
ocorridas em supostos confrontos. Na semana passada, o secretário de Segurança Pública do
Rio, Anthony Garotinho, proibiu
incursões de policiais do Bope
(Batalhão de Operações da PM)
na favela da Rocinha (zona sul),
por 60 dias, após as mortes de três
menores da favela por policiais do
grupo de elite da PM.
Segundo os moradores da favela, os jovens não eram criminosos
e não entraram em confronto
com a polícia.
No caso de Imbariê, as quatro
vítimas saíram de uma festa na
casa de espetáculos Via Show e,
abordados por PMs, foram levados para uma fazenda e mortos
com vários tiros.
Quatro dos acusados faziam segurança da Via Show e outros cincos estavam de serviço. Há a suspeita de que os policiais integrem
um grupo de extermínio que atua
na Baixada Fluminense.
No caso dos três adolescentes de
16 anos, a suspeita de que os jovens foram mortos por PMs é forte, segundo o delegado responsável pelo inquérito, Orlando Zaccone, da 19ª Delegacia de Polícia.
O delegado afirmou que, em 18
de setembro, os adolescentes foram passear de bicicleta no Méier
(zona norte do Rio). Segundo três
testemunhas, os jovens foram
abordados por policiais militares
e colocados em uma Blazer. Na
manhã do dia seguinte, os corpos
foram achados no Sumaré, com
tiros de fuzil no peito.
Seis meses após o crime, as investigações não foram concluídas. Segundo o delegado, uma das
principais dificuldades é o fato de
as testemunhas não terem identificado a unidade da PM à qual
pertencia o carro onde as vítimas
foram supostamente colocadas.
O delegado, no entanto, disse
suspeitar que seja do Getam (Grupamento Especial Tático-Móvel
da PM) ou do 3º Batalhão (Méier).
Zaccone afirmou já ter constatado que, na noite do dia 18, nove
PMs do Getam atuaram no patrulhamento da rua onde os garotos
estavam, sendo seis a serviço do
6º Batalhão (Tijuca) e três a serviço do 3º Batalhão (Méier).
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