São Paulo, quarta-feira, 03 de abril de 2002

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ADMINISTRAÇÃO

Manifestantes tentam entrar no prédio da Prefeitura de São Paulo e são contidos por seguranças armados e cães

Guarda do PT enfrenta sem-teto do PSDB

Moacyr Lopes Jr/Folha Imagem
Guarda metropolitana tenta impedir invasão da prefeitura por manifestantes


PALOMA COTES
CHICO DE GOIS

DA REPORTAGEM LOCAL

Cento e vinte guardas-civis metropolitanos da Prefeitura de São Paulo entraram em confronto ontem com sem-teto liderados por um vereador e um deputado estadual do PSDB. Foi a primeira vez, em 15 meses de mandato da petista Marta Suplicy, que houve uma invasão à sede da prefeitura.
O secretário municipal de Habitação, Paulo Teixeira, disse que o ato foi "eleitoral". O vereador Marcos Zerbini (PSDB), líder do movimento há 16 anos, afirmou que a manifestação não tinha caráter partidário.
Os guardas estavam armados com revólveres e cassetetes, além de cachorros, que foram utilizados contra os manifestantes da Associação dos Trabalhadores Sem Terra de São Paulo, que reagiram atirando paus e pedras.
O protesto, que mobilizou cerca de 6.000 pessoas, segundo os organizadores, começou às 8h, no km 24 da rodovia Anhanguera. Em frente à prefeitura, 1.200 pessoas se concentraram.
Por volta de 13h, Zerbini e o deputado estadual Celino Cardoso (PSDB), que não é membro da associação, tentaram, inutilmente, se reunir com a prefeita ou com algum secretário. Disseram, no entanto, que não foram recebidos por ninguém. A assessoria de imprensa da prefeitura, por sua vez, informou que o deputado teria sido atendido por um assessor da Secretaria de Governo.
Depois de uma hora, os líderes foram ao portão de entrada da prefeitura para avisar os manifestantes de que não seriam atendidos pela prefeita nem pelo secretário de Governo, Rui Falcão. Quando os guardas abriram o portão para que Zerbini e Cardoso saíssem, mais de 60 sem-teto invadiram o pátio da prefeitura.
Os guardas agrediram alguns manifestantes com cassetetes, chutes e até mesmo mordidas, além de avançar com cachorros. O deputado teve a camisa rasgada e disse que um dos guardas sacou o revólver para intimidá-lo.
Do outro lado, os manifestantes revidavam atirando pedras, pedaços de pau e garrafas. Pelo menos 12 pessoas ficaram feridas -cinco manifestantes e sete guardas.



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