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AMBIENTE
Em Campos, 200 mil terão abastecimento suspenso por tempo indeterminado devido a acidente em Minas Gerais
Vazamento corta água em 8 cidades no RJ
DA SUCURSAL DO RIO
O município de Campos, de
aproximadamente 400 mil habitantes, teve ontem parte de seu
abastecimento de água suspenso
por tempo indeterminado devido
ao vazamento de substâncias químicas de uma das represas da Indústria Cataguazes de Papel, em
Cataguases (MG). De acordo com
a prefeitura, o corte no abastecimento vai afetar 50% da população da cidade.
Com a chegada do vazamento a
Campos, já são oito os municípios
fluminenses com o abastecimento de água interrompido desde o
acidente, ocorrido no último sábado. Além de Campos, foram
afetados Santo Antônio de Pádua,
São Fidélis, Cambuci, Aperibé,
Portela, Miracema e São João da
Barra. Em Santo Antônio de Pádua, foi decretado estado de calamidade pública.
O ministro das Cidades, Olívio
Dutra, definiu ontem o acidente
ecológico como um "crime contra
a vida". Ele defendeu, se necessário, até mesmo a prisão dos responsáveis pelo vazamento.
"Um rio [Pomba] está praticamente destruído, um outro [Paraíba do Sul" está ameaçado. Milhares de pessoas correm o risco
de não ter água potável por muito
tempo. (...) É um crime que foi cometido", afirmou o ministro.
Também ontem a ANA (Agência Nacional de Águas) começou
a modificar o fluxo dos rios Pomba e Paraíba do Sul, atingidos pelo
vazamento, com o objetivo de aumentar o volume e a velocidade
da água. A vazão de três represas
nos dois rios foi aumentada. Com
essa medida, de acordo com a
ANA, a diluição das substâncias
acontecerá mais rapidamente.
A contaminação dos rios também está afetando agricultores e
pecuaristas da região. Para tentar
controlar a situação, o secretário
Christino Áureo, da Secretaria de
Agricultura, Abastecimento, Pesca e Desenvolvimento do Interior,
determinou a interdição de todas
as agroindústrias fiscalizadas pelo
Serviço de Inspeção Estadual e
que se abastecem da água dos rios
contaminados. Elas terão suas
produções suspensas por tempo
indeterminado.
Além disso, a secretaria determinou que a irrigação das plantações localizadas nessas regiões seja suspensa. A água contaminada
também não poderá ser dada aos
animais.
Como solução provisória, o governo estadual está liberando máquinas aos municípios para que
possam ser usadas outras formas
de abastecimento, como poços
artesianos, açudes e carros-pipa.
A Procuradoria Geral do Estado
entrou com uma ação pública na
Justiça contra a Indústria Cataguazes de Papel.
(SABRINA PETRY E SERGIO TORRES)
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