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VIOLÊNCIA
Foi o primeiro caso de ataque de tubarão neste ano no litoral de PE; desde setembro de 92, oito foram mortos
Tubarão mata mais um banhista em Recife
VANDECK SANTIAGO
da Agência Folha, em Recife
O corpo de um banhista aparentando 25 anos foi encontrado anteontem na praia da Boa Viagem,
em Recife (PE), vítima de um ataque de tubarão. O banhista ainda
não foi identificado.
Ele recebeu uma grande mordida no abdômen e outras menores
nas coxas e braços, e morreu por
hemorragia decorrente dos ferimentos, segundo laudo divulgado
ontem pelo IML (Instituto de Medicina Legal).
O corpo tinha "lesões serrilhadas", características das mordidas
de tubarão. A vítima teria sido sido atacada inicialmente nos braços e em depois no resto do corpo.
Os exames do IML comprovaram que o banhista não morreu
imediatamente: ele se debateu e
tentou fugir.
Segundo o oceanógrafo Fábio
Hazin, da UFRPE (Universidade
Federal Rural de Pernambuco),
que tem doutorado em tubarão
(feito no Japão), as dimensões das
mordidas indicam que o animal
media cerca de 3 metros.
O mais provável é que ele seja da
espécie cabeça-chata -considerada uma das mais agressivas.
Antes da conclusão do laudo,
havia a possibilidade de que o banhista tivesse morrido por afogamento e só depois sido atacado pelo tubarão, mas exames descartaram a hipótese.
Foi o primeiro ataque de tubarão
no Estado este ano. De setembro
de 92 até o caso confirmado ontem, 26 pessoas foram atacadas no
Estado. Oito morreram, sendo seis
banhistas e dois surfistas.
Os surfistas têm mais chances de
escapar por normalmente estarem
em cima de uma prancha. Das 26
vítimas dos ataques, 20 eram surfistas, dos quais 18 sofreram ferimentos mas conseguiram escapar.
Já os seis banhistas atacados foram
todos mortos.
Presa
Segundo Hazin, os tubarões não
se alimentam de carne humana.
Os ataques às pessoas aconteceriam porque o animal as confundem com suas presas tradicionais
(como as tartarugas).
No final de semana passado, período em que o ataque ao banhista
teria ocorrido, a maré estava alta
(o que favorece a aproximação dos
tubarões) e a água, turva (o que
não permite ao animal distinguir
"a presa").
Hazin disse que, no trecho em
que acontecem os ataques, os banhistas nunca devem passar do
ponto onde o pé alcança o solo.
A área de risco dos ataques é de
cerca de 30 km ao sul de Recife,
atingindo cinco praias.Começa na
praia do Paiva, no município do
Cabo, e vai até as praias da Boa
Viagem e do Pina, em Recife.
Nessa área, por determinação do
governo do Estado, está proibida a
prática de esportes aquáticos, como surf e windsurf.
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