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ADMINISTRAÇÃO
Vereadores de São Paulo pedem "CPI do Frango'; governistas suspendem sessão para evitar votação
Oposição a Pitta já é maioria na Câmara
MAURÍCIO RUDNER HUERTAS
da Reportagem Local
O prefeito de São Paulo, Celso
Pitta, perdeu ontem a maioria que
detinha na Câmara Municipal desde a sua posse, em janeiro de 97
-e que a administração do PPB
controlava há cinco anos, desde a
gestão de Paulo Maluf (1993-96).
A oposição (PT, PSDB, PC do B e
PDT), que tradicionalmente soma
20 votos, conseguiu a adesão declarada de mais 11 vereadores da
bancada governista, que se dizem
descontentes com a administração
de Celso Pitta, e passou a ter maioria entre os 55 vereadores.
O bloco dos rebeldes, articulado
pelo vereador Paulo Roberto Faria
Lima (PPB), chegou a pedir a
abertura da "CPI do Frango", que
não foi votada ontem porque o
presidente da Câmara, Nelo Rodolfo (PPB), encerrou a sessão alegando tumulto generalizado.
Eram necessários 19 votos para
iniciar a votação e 28 para aprovar
a CPI. No momento em que Rodolfo encerrou a sessão e mandou
desligar as luzes e os microfones
do plenário, o bloco de oposição
reunia 31 votos.
O requerimento apresentado pede uma CPI para apurar denúncias
de irregularidades na aquisição de
frango congelado em pedaços, leite em pó integral para o programa
"Leve-leite", açúcar refinado e pão
para cachorro-quente.
Compõem o novo bloco dos rebeldes os vereadores Faria Lima,
Paulo Frange e Armando Mellão
(PPB); Ivo Morganti e Toninho
Paiva (PFL); Viviani Ferraz e Mohamad Mourad (PL); José Amorim (PTB); Antonio Goulart, Lídia
Correia e Jooji Hato (PMDB).
Além dos 31 votos declarados
ontem, a oposição conta com a
adesão de Natalício Bezerra e Luiz
Paschoal (PTB); Maria Helena
(PL); Milton Leite (PMDB) e Alberto Hiar (PSDB) -ausentes ontem. São necessários 33 votos para
um pedido de impeachment.
A sessão de ontem foi marcada
por insultos entre os vereadores e
críticas ao prefeito Celso Pitta.
Quando a situação percebeu que
havia perdido a maioria, valeu até
apelar para o secretário de Governo Edevaldo Alves da Silva, que
está na Europa.
O vereador Hanna Garib, líder
do governo, chamava nominalmente os "rebeldes" ao telefone
para dar explicações ao secretário.
"Agora ele quer falar comigo?",
perguntava Ivo Morganti. Também Paulo Frange reclamava da
lembrança tardia, dizendo que está cansado de promessas e tapinhas nas costas.
"Quando eu me levantei contra o
prefeito, disseram que eu estava
sozinho e que voltaria para o governo com o rabo entre as pernas", afirma Faria Lima. "Agora
provamos que os descontentes são
maioria. Formamos o bloco "iceberg' para derrubar o Pittanic."
A próxima sessão acontece na
terça, com novo pedido de CPI.
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