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TRANSPORTES
Especialistas temem que, por causa de mudança, o motorista opte por vias paralelas e prejudique o trânsito
Pontos de ônibus em canteiro são criticados
DA REPORTAGEM LOCAL
A proposta da Prefeitura de São
Paulo de implementar pontos de
ônibus em canteiros centrais das
principais avenidas da cidade, como Paulista, Brasil, Sumaré e Rebouças, além de outras 16 -em
um total de 193,3 quilômetros de
vias com faixa exclusiva à esquerda-, enfrentará resistência de
entidades e associações de bairro.
A presidente do Movimento
Defenda São Paulo, Regina Monteiro, afirmou que o projeto, que
vai ser encaminhado ao BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), não
foi discutido com a sociedade civil
e que a questão não foi colocada
nos planos diretores regionais
-que deveriam ter sido encaminhados à Câmara dos Vereadores
no mês passado.
"Fomos pegos de surpresa. A
prefeitura não conversou com
ninguém a respeito. Não somos
contra a idéia e acreditamos que o
transporte coletivo é uma questão
fundamental. Mas queremos saber se, efetivamente, essas mudanças são mesmo necessárias.
Acredito que não", afirmou.
O temor de especialistas é que,
com faixas exclusivas para ônibus
em grandes avenidas, o motorista
opte por outro caminho -o que
poderá prejudicar o trânsito nas
ruas paralelas a essas vias.
Já a SPTrans (órgão que gerencia o transporte público) disse
que esperava esse tipo de resistência, mas que pretende, com a medida, melhorar a qualidade do
transporte em São Paulo.
"Estamos priorizando o transporte coletivo, colocando os ônibus na faixa da esquerda, o que
vai garantir uma maior velocidade aos veículos e uma melhoria no
trânsito", disse o diretor de gestão
da SPTrans, José Evaldo Gonçalo.
A velocidade média desenvolvida hoje é de 12 km/h. Com os corredores, pode chegar a 18 km/h,
segundo estudos da prefeitura.
Os critérios de seleção das avenidas respeitaram a existência e
predominância de linhas estruturais em ruas e avenidas com pelo
menos 20 metros de largura.
Serão gastos R$ 108 milhões no
projeto -60% desse total financiado pelo BNDES. A prefeitura
afirma que todos os corredores
serão instalados na cidade até
2005, mas o paulistano poderá
perceber a mudança já a partir de
julho, nas avenidas Francisco Morato e Rebouças.
A avenida Rebouças, que já está
sendo recapeada, passará por
uma reforma maior. A idéia é colocar lírios e ipês-rosas nos canteiros centrais, além de trocar as
lâmpadas de vapor de mercúrio
por outras de sódio, que deixam a
iluminação amarelada.
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