São Paulo, segunda-feira, 03 de maio de 2004

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INFÂNCIA

Projeto leva vídeos brasileiros a mais de cem mil crianças

DA REPORTAGEM LOCAL

Cineastas como Humberto Mauro, Glauber Rocha e Cacá Diegues e até mesmo diretores de teatro, como Antunes Filho, são alguns dos nomes da cultura brasileira que estão ajudando mais de cem mil crianças e adolescentes (118.300) matriculados em 92 escolas da rede estadual da zona leste de São Paulo a entender melhor a cultura do país. Obras realizadas por eles fazem parte dos títulos da videoteca do Projeto Cinema e Vídeo Brasileiro nas Escolas, projeto da Fundação Abrinq, Natura Cosméticos, Ação Educativa e secretarias municipal e estadual de Educação de São Paulo.
O Projeto Cinema e Vídeo Brasileiro nas Escolas tem como objetivo desenvolver acervos de videoteca para serem utilizados pelas comunidades escolares em seu trabalho educativo, bem como pelos moradores do entorno em seu tempo livre, diz Rubens Naves, diretor-presidente da Fundação Abrinq.
A idéia é contribuir para o acesso da população dos bairros da periferia da cidade à produção audiovisual brasileira. Em 2000, foi realizada na Escola Estadual Condessa Filomena Matarazzo (localizada no bairro Ermelino Matarazzo, zona leste de São Paulo) uma pesquisa com os alunos que diagnosticou a dificuldade de acesso dos professores a cópias de filmes e vídeos nacionais.
Com recursos financeiros do programa Crer para Ver (iniciativa da Fundação Abrinq e da Natura Cosméticos) e parcerias com a Ação Educativa e a TV USP (Canal Universitário), o projeto foi desenvolvido a partir de 2001.
Dentre as ações realizadas no biênio 2001-2002, destacam-se a criação das videotecas, os cursos e as mostras de vídeos. Em três escolas da região foram implantados acervos de videoteca compostos por 450 filmes brasileiros organizados em oito coleções temáticas. Hoje, há 580 filmes.

Novos desafios
Em setembro de 2002, já com responsabilidade direta da Ação Educativa, o projeto foi escolhido pelo Crer para Ver para ser reelaborado. Os novos desafios foram: ampliar o repertório cultural de educadores, alunos e comunidade. Para isso, o vídeo "A Arca dos Zo'é", em que Dominique Gallois e Vincent Carelli visitam a tribo indígena dos Zo'é, considerada detentora de uma cultura intacta na Amazônia, poderá ser um instrumento para os professores discutirem em sala de aula a cultura indígena. Da mesma forma acontece com a questão do negro, via a exibição de filmes como "Quilombo" e "Xica da Silva", de Cacá Diegues, e com as culturas regionais, via "Deus e o Diabo na Terra do Sol", de Glauber Rocha.


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