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SEGURANÇA
Foi apreendido em São Paulo um conjunto de armamentos que incluía granadas; líder do PCC está preso em Avaré
Grupo armava resgate de Marcola, diz polícia
MARIO ROSSIT
DO "AGORA"
A polícia apreendeu anteontem
um conjunto de armamentos e
apetrechos -que incluía até granadas contra pequenos veículos
de guerra blindados- que supostamente seria usado no resgate do
líder da facção criminosa PCC
(Primeiro Comando da Capital),
Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola.
Marcola está preso na penitenciária de Avaré (262 km de São
Paulo). Ele foi transferido para lá
após uma tentativa de resgate,
ocorrida em janeiro, no presídio
de Presidente Bernardes (589 km
de São Paulo), onde estava.
Pelo menos 12 pessoas, de acordo com a polícia, participariam da
ação. Marcola é considerado
atualmente um dos bandidos
mais perigosos do Estado.
Descoberta
Segundo a polícia, a tentativa de
resgatar detentos foi descoberta
na madrugada de anteontem
quando dois homens foram vistos
cortando o alambrado externo da
penitenciária.
Policiais foram acionados, mas
os dois fugiram. Depois disso, a
direção do presídio descobriu que
grades de várias celas tinham sido
serradas -não foi informado se a
de Marcola era uma delas.
A polícia de São Paulo entrou
em alerta e conseguiu a informação de que um carro com os armamentos que seriam usados no
resgate dos presos deveria entrar
na cidade na madrugada.
De acordo com os responsáveis
pela apreensão, foi realizado um
bloqueio na marginal Tietê, no
entroncamento com a Castelo
Branco, onde foi parado um Vectra preto, blindado. Nesse carro
foi encontrado o armamento.
Foram apreendidos oito fuzis,
uma submetralhadora, 24 granadas, 79 "miguelitos" (pregos usados para furar pneus de carros),
37 carregadores de fuzis, cinco coletes à prova de bala, duas escadas
e uma corda. A polícia avaliou o
material em R$ 300 mil.
O carro era dirigido por L.L.C.,
de 23 anos, acusado de roubo, homicídio e seqüestro. Ele teve prisão preventiva decretada em janeiro deste ano. A polícia não permitiu que a reportagem falasse
com o preso e informou que ele
ainda não tinha advogado.
O diretor do Departamento de
Investigações sobre o Crime Organizado, Godofredo Bittencourt,
afirmou que a maioria das armas
encontradas é usada em guerras.
"Trata-se de um armamento pesado, vindo de contrabando."
O diretor do Deic afirmou, ainda, que Marcola é perigoso e deveria ser levado para uma unidade de segurança máxima.
"Respeito o trabalho da Secretaria da Administração Penitenciária, mas acho que ele [Marcola]
deveria ir para um RDD [Regime
Disciplinar Diferenciado]", disse.
Esse regime prevê cela individual,
monitoramento por câmeras 24
horas por dia e proíbe o acesso do
preso à TV e ao rádio.
A lei federal 10.792 fixa prazo de
até 360 dias no RDD, podendo ser
prorrogado pelo mesmo prazo
em caso de nova falta -até o limite de um sexto da pena.
A Secretaria da Administração
Penitenciária foi procurada pela
reportagem, mas não comentou a
declaração do diretor do Deic.
Perfil
Marcola tem condenações por
assalto a bancos. Ele chegou ao topo da hierarquia do PCC em 2002,
ao aproveitar um racha no comando entre "moderados" e "radicais" e perseguindo presos fundadores da facção, segundo uma
investigação do Ministério Publico do Estado.
O PCC, segundo a Promotoria,
foi criado em 1993, no anexo da
Casa de Custódia de Taubaté.
Marcola não estava entre os fundadores da facção criminosa.
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