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Recife tem confronto em manifestação
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
Motoristas de vans e Kombis
que atuam no transporte irregular
de passageiros em Recife entraram em confronto com policiais
militares em protesto ontem na
avenida Mascarenhas de Moraes,
uma das principais da cidade.
Os manifestantes fecharam a via
em protesto contra o projeto que
regulamenta a atividade, aprovado pelo Conselho Municipal de
Transporte e Trânsito. A partir de
setembro, o número de veículos
circulando cairá de 1.200 para 252.
Bombas de efeito moral foram
jogadas contra os perueiros, que
fizeram barricadas com sacos de
lixo. Pelo menos uma pessoa teria
sido hospitalizada, atingida por
spray de pimenta. Nove foram detidos. Os motoristas querem pelo
menos 700 lotações e mais linhas.
A prefeitura, administrada pelo
PT, diz já ter ampliado a frota, que
previa inicialmente 207 carros.
Houve vários tumultos durante
o dia, mas o maior problema
ocorreu na Mascarenhas de Moraes, onde os motoristas pararam
os carros, formando fila indiana
de cerca de dois quilômetros.
Por volta das 4h30, um ônibus
da rota Linha do Tiro-Centro foi
incendiado por quatro pessoas
não identificadas em um terminal. A polícia investiga se há ligação com o protesto dos perueiros.
No bairro de Boa Viagem, 12 perueiros foram detidos, acusados
de promover piquetes. Eles foram
liberados após depoimento.
A EMTU (Empresa Metropolitana de Transporte Urbano) reforçou as linhas de ônibus para
tentar evitar superlotação, mas
houve problemas na periferia.
No final da tarde, integrantes
das duas entidades dos perueiros
da região metropolitana se reuniram com o secretário dos Serviços
Públicos de Recife, Dilson Peixoto, e o presidente da EMTU, Evandro Avelar. Não houve acordo.
O presidente do SindRecife, José Gonçalves, disse que os motoristas poderão ampliar os protestos. A EMTU informou que pode
reforçar mais a frota. Segundo a
empresa, por dia há 1,5 milhão de
usuários para os 2.000 ônibus do
sistema na região metropolitana.
As 1.200 lotações que circulam
em Recife, diz Amauri Soares,
presidente do SindKombi, transportam 250 mil pessoas por dia.
Para a EMTU, são 200 mil.
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