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GUERRA URBANA
Morre delegado queimado durante rebelião do PCC
Adelson Taroco, 39, ficou internado durante 19 dias em
estado grave após ser atacado por presos, em Jaboticabal
Ele deixou mulher e dois
filhos, de 11 e de 16 anos;
enterro será hoje em
Ariranha (378 km de SP),
onde o policial nasceu
FABRÍCIO FREIRE GOMES
DA FOLHA RIBEIRÃO
O delegado Adelson Taroco,
39, que foi queimado por presos durante uma rebelião na cadeia de Jaboticabal (344 km de
SP) na época dos ataques do
PCC, mês passado, morreu ontem de manhã, depois de 19
dias internado em estado grave.
Com a morte de Taroco, o
número de agentes de segurança do Estado mortos em ataques atribuídos ao PCC chegou
a 48, segundo a Secretaria da
Segurança Pública.
Ele estava na UTI do HC
(Hospital das Clínicas) de Ribeirão Preto. De acordo com
informações do hospital, ele teve 64% do corpo atingido por
queimaduras de terceiro grau e
ficou inconsciente durante todo o período da internação. Ele
chegou a ser submetido a hemodiálise para controlar uma
insuficiência renal e estava respirando por meio de aparelhos.
A chegada do corpo de Taroco a Jaboticabal foi escoltada
por uma carreata de 21 veículos
das polícias Civil e Militar e do
Corpo de Bombeiros, que fizeram um cortejo com as sirenes
ligadas pela cidade.
"Ninguém se conforma. O
que eu sei é que ele gostava
muito da sua profissão e cumpriu o seu dever", afirmou Magnólia, mulher do delegado. Taroco deixa dois filhos: Diego
Stanley, 16, e Patrick Arthur, 11.
O velório começou ontem à
noite na Prefeitura de Jaboticabal, que decretou luto oficial
de três dias. O enterro deve ser
hoje de manhã em Ariranha
(378 km de SP), cidade natal do
delegado. Dezenas de policiais
da região estiveram presentes.
"Todos os policiais o admiravam, e está todo mundo inconformado. O que podemos fazer
é manter todos os culpados
presos. Os 41 presos que estavam na ala já foram indiciados
por tentativa de homicídio,
mas vamos modificar agora para homicídio", afirmou o delegado titular de Jaboticabal,
Emerson Messias Santos, 38.
Taroco foi atacado na manhã
do dia 14 de maio, quando entrou na cadeia de Jaboticabal
para tentar controlar o início
de um motim na unidade.
De acordo com a Polícia Civil,
o delegado foi jogado pelos presos em uma cela com dois colchões que estavam em chamas.
A rebelião na cadeia durou cerca de dez horas e terminou com
um preso morto e um baleado.
Quatro detentos ficaram queimados levemente.
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