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França assume as investigações sobre as causas do acidente
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO
As investigações sobre as
causas do acidente com o Airbus da Air France estão sob responsabilidade da França, país
onde o avião tem registro legal.
Ao Brasil cabe o resgate dos
destroços e desaparecidos.
"As investigações, para efeitos de apuração das circunstâncias, são feitas pelo governo
francês, pois os tratados internacionais, a legislação da Icao
(Organização Internacional da
Aviação Civil), em Montreal,
estabelece que a investigação é
feita pela autoridade aeronáutica do governo de registro da
aeronave", disse o ministro
Nelson Jobim (Defesa).
A França iniciou as investigações antes mesmo de receber o
que poderá ser resgatado no
mar. O Bureau d'Enquêtes et
Analyses (BEA), ligado ao Ministério dos Transportes francês, analisa o histórico da aeronave acidentada.
A Airbus já cedeu ao BEA
uma equipe engenheiros especializados na aeronave.
O governo francês alertou
ontem que a investigação "pode levar muito tempo".
Especialistas brasileiros consultados pela Folha afirmam
que talvez nunca se saiba a razão do acidente. O motivo é a
dificuldade de localizar a caixa-preta e peças completas, além
da ausência de testemunhas.
"A causa mesmo não será
descoberta", diz Moacyr Duarte, da UFRJ, lembrando as dificuldades para achar as peças do
helicóptero que caiu no mar e
levou à morte do deputado
Ulysses Guimarães, em 1992.
Adalberto Febeliano, da
Anhembi-Morumbi, também
acha difícil localizar no mar algo do tamanho de uma caixa de
sapatos. A avaliação, porém,
não é unânime. O especialista
em aviação da UFRJ Respicio
do Espírito Santo avalia que,
por envolver países como
França e EUA, a procura pela
caixa-preta tem boas chances
de ser bem sucedida, ainda que
possa "levar tempo".
(SAMY ADGHIRNI, ALENCAR IZIDORO, RICARDO SANGIOVANNI, RICARDO GALLO e
FÁBIO GRELLET)
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