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Piloto perde olho após urubu bater em avião
Carlos Fraga chegou a ficar inconsciente por alguns segundos, mas depois conseguiu pousar a aeronave em Jundiaí
Na hora da batida, o avião estava no modo de piloto automático; impacto da ave no pára-brisa equivaleu ao peso de uma tonelada
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
Um piloto de um avião bimotor ficou cego de um olho após
colidir com urubus durante um
vôo anteontem à tarde em Jundiaí (60 km de SP).
O choque quebrou o pára-brisa e os estilhaços atingiram
o olho esquerdo do piloto. Mesmo ferido e sangrando, Carlos
Willian Pereira Fraga, 22, conseguiu pousar o avião. Ele ficou
inconsciente por alguns segundos, mas o avião estava no piloto automático.
Além de Fraga, havia dois
passageiros no avião -um médico e uma enfermeira, que socorreram o piloto ainda no ar.
A aeronave é da empresa
Brasil Vida Táxi Aéreo, que
atua com serviços aéreos como
fretamentos e UTI aérea.
A empresa disse que os passageiros não se feriram. De
acordo com a companhia, o impacto da ave no pára-brisa foi
equivalente ao peso de uma tonelada. Outro urubu atingiu a
fuselagem do avião.
O avião havia decolado às
14h45 do Campo de Marte, em
São Paulo, onde havia deixado
um paciente, e sobrevoava Jundiaí com destino a Jaú (296 km
de SP). O impacto estilhaçou o
vidro frontal da aeronave, que
voou cerca de 15 minutos após
o acidente. A cabine ficou repleta de sangue. O médico
-que estava ao lado do piloto
na cabine- pegou a ave morta e
a jogou para fora da aeronave.
Com o choque, o piloto -que
tem quatro anos de experiência, diz a empresa- foi obrigado a fazer um pouso de emergência no aeroporto de Jundiaí.
Fraga foi hospitalizado no
Hospital São Vicente, em Jundiaí, onde passou por cirurgia.
Ele foi atingido no globo ocular
esquerdo e transferido para um
hospital em Goiânia, cidade em
que reside e onde fica a sede da
empresa. Fraga foi procurado
ontem, mas a empresa afirmou
que ele estava hospitalizado e
não se pronunciaria.
Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública, a
aeronave -modelo Sêneca-
voava a cerca de 4.500 pés de
altitude, ou seja, a pelo menos
1,3 km de altitude.
O incidente será investigado.
Para o coronel Wagner Cyrillo
Júnior, chefe do 4º Seripa (Serviço Regional de Investigação e
Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), é mais comum ocorrer casos assim na decolagem.
Colaborou o "Agora"
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