São Paulo, terça-feira, 03 de julho de 2007

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Rodízio suspenso faz trânsito piorar só no horário de pico

Ontem foi o primeiro dia da suspensão experimental da restrição à circulação de veículos durante este mês de julho

Entre os períodos de pico de congestionamento -das 7h às 10h e das 17h às 20h-, os índices ontem foram até 75% inferiores à média

EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

No primeiro dia sem rodízio de veículos neste mês de julho em São Paulo, os índices de lentidão ontem ficaram acima da média nos horários de pico, período em que normalmente vigora a restrição aos veículos -das 7h às 10h e das 17h às 20h.
Fora do horário de pico, no entanto, os índices foram até 75% inferiores à média, como às 15h30, quando a lentidão atingiu 7 km para uma média de 28 km. Às 19h, quando foi registrada a maior lentidão na cidade, o índice foi 69% maior do que a média -140 km de congestionamentos para uma média de 83 km.
Desde que o rodízio municipal de veículos foi implantado em São Paulo, em 1997, o mês de julho ficou fora do programa apenas em 1998 e 1999. Desde então, o rodízio é suspenso apenas em janeiro, às vezes com início no final de dezembro.
Ontem foi o primeiro dia da experiência que será usada pela prefeitura para avaliar se é possível suspender o rodízio em julho, durante as férias escolares.
A previsão é que a experiência prossiga até a semana que vem, mas pode ser suspensa antes, se os técnicos da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) considerarem que o trânsito piorou muito. Só os dados de ontem, no entanto, não foram suficientes para a prefeitura tomar uma decisão.
"É impossível uma avaliação com um dia. Depende sempre de outras variáveis, se chove, se não chove, se tem acidente", disse o secretário dos Transportes, Frederico Bussinger.
Um das questões que estão sendo avaliadas é a poluição do ar. Ontem, das 14 estações automáticas de medição da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), 11 estavam com a qualidade regular. Em apenas uma a qualidade do ar era boa. Duas estavam fora do ar.
A gerente da Divisão de Tecnologia de Avaliação da Qualidade do Ar da Cetesb, Maria Helena Martins, disse que, no inverno, as condições meteorológicas dificultam a dispersão dos poluentes na atmosfera. Os índices de monóxido de carbono e materiais particulados são piores justamente no inverno.
Apesar disso, ela disse não acreditar que a suspensão do rodízio durante parte do mês de julho possa piorar a qualidade do ar na capital.
No ano passado, segundo ela, a quantidade de monóxido de carbono na atmosfera não ultrapassou nenhuma vez o limite adequado. E os níveis de materiais particulados superaram apenas duas vezes esses padrões, justamente em julho.
Bussinger afirmou que um dos critérios a serem avaliados, além dos índices de lentidão e de fluidez do trânsito, é a qualidade do ar. "A questão ambiental é uma das variáveis que a gente vai avaliar. Essa é sempre uma preocupação nossa."
Ele afirmou que a suspensão do rodízio foi necessária para concluir os estudos da CET. "O trânsito tem variantes técnicas, mas também tem variantes comportamentais que a gente só tem como aferir observando na prática", disse Bussinger.


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