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Rodízio suspenso faz trânsito piorar só no horário de pico
Ontem foi o primeiro dia da suspensão experimental da
restrição à circulação de veículos durante este mês de julho
Entre os períodos de pico de
congestionamento -das 7h
às 10h e das 17h às 20h-,
os índices ontem foram até
75% inferiores à média
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
No primeiro dia sem rodízio
de veículos neste mês de julho
em São Paulo, os índices de lentidão ontem ficaram acima da
média nos horários de pico, período em que normalmente vigora a restrição aos veículos
-das 7h às 10h e das 17h às 20h.
Fora do horário de pico, no
entanto, os índices foram até
75% inferiores à média, como
às 15h30, quando a lentidão
atingiu 7 km para uma média
de 28 km. Às 19h, quando foi registrada a maior lentidão na cidade, o índice foi 69% maior do
que a média -140 km de congestionamentos para uma média de 83 km.
Desde que o rodízio municipal de veículos foi implantado
em São Paulo, em 1997, o mês
de julho ficou fora do programa
apenas em 1998 e 1999. Desde
então, o rodízio é suspenso apenas em janeiro, às vezes com
início no final de dezembro.
Ontem foi o primeiro dia da
experiência que será usada pela
prefeitura para avaliar se é possível suspender o rodízio em julho, durante as férias escolares.
A previsão é que a experiência prossiga até a semana que
vem, mas pode ser suspensa
antes, se os técnicos da CET
(Companhia de Engenharia de
Tráfego) considerarem que o
trânsito piorou muito. Só os dados de ontem, no entanto, não
foram suficientes para a prefeitura tomar uma decisão.
"É impossível uma avaliação
com um dia. Depende sempre
de outras variáveis, se chove, se
não chove, se tem acidente",
disse o secretário dos Transportes, Frederico Bussinger.
Um das questões que estão
sendo avaliadas é a poluição do
ar. Ontem, das 14 estações automáticas de medição da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental),
11 estavam com a qualidade regular. Em apenas uma a qualidade do ar era boa. Duas estavam fora do ar.
A gerente da Divisão de Tecnologia de Avaliação da Qualidade do Ar da Cetesb, Maria
Helena Martins, disse que, no
inverno, as condições meteorológicas dificultam a dispersão
dos poluentes na atmosfera. Os
índices de monóxido de carbono e materiais particulados são
piores justamente no inverno.
Apesar disso, ela disse não
acreditar que a suspensão do
rodízio durante parte do mês
de julho possa piorar a qualidade do ar na capital.
No ano passado, segundo ela,
a quantidade de monóxido de
carbono na atmosfera não ultrapassou nenhuma vez o limite adequado. E os níveis de materiais particulados superaram
apenas duas vezes esses padrões, justamente em julho.
Bussinger afirmou que um
dos critérios a serem avaliados,
além dos índices de lentidão e
de fluidez do trânsito, é a qualidade do ar. "A questão ambiental é uma das variáveis que a
gente vai avaliar. Essa é sempre
uma preocupação nossa."
Ele afirmou que a suspensão
do rodízio foi necessária para
concluir os estudos da CET. "O
trânsito tem variantes técnicas,
mas também tem variantes
comportamentais que a gente
só tem como aferir observando
na prática", disse Bussinger.
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