São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Testemunhas afirmam que prédio dos Nardoni não era seguro

Catorze das 31 testemunhas de defesa do casal Alexandre Nardoni e Anna Jatobá depuseram ontem; a maioria disse que eles se preocupavam com Isabella

DA REPORTAGEM LOCAL

Catorze das 31 testemunhas arroladas pela defesa do casal Alexandre Alves Nardoni, 29, e Anna Carolina Jatobá, 24, réus no processo pela morte de Isabella Nardoni, 5, em 29 de março, foram interrogadas ontem pelo juiz Maurício Fossen, no 2º Tribunal do Júri, em Santana (zona norte de São Paulo).
A maior parte dos depoimentos teve como base três aspectos: 1) possível falta de segurança no edifício London, onde Isabella foi morta, o que teria facilitado a entrada de uma terceira pessoa -para a defesa, um gesseiro que prestava serviço para a família; 2) que o casal vivia em harmonia; 3) que ambos eram muito preocupados com a felicidade de Isabella.
O repórter Rogério Pagnan, da Folha, foi a primeira das 14 testemunhas a depor ontem. Ele foi arrolado pelos defensores do casal porque, em reportagem sobre o assassinato de Isabella, gravou entrevista com o pedreiro Gabriel Santos Neto, responsável por uma obra em um sobrado nos fundos do edifício London, que disse que o local havia sido invadido no fim de semana do crime.
À polícia, dias depois da entrevista a Pagnan, Santos negou ter prestado as declarações sobre a invasão da obra.
A maior parte das testemunhas era ligada à família Nardoni. Uma delas era Nathalia Severino, amiga de Cristiane Nardoni, irmã de Alexandre. Ela confirmou o depoimento de Anna Jatobá sobre a perda das chaves do apartamento em fevereiro -reforçando a tese de que uma terceira pessoa entrou no apartamento.
Também prestou depoimento um tio de Nardoni, Thiago César Decanini Cassará, que disse ter dado para o casal a cadeira de bebê onde, segundo a polícia, foi encontrado sangue de Isabella. Testemunhas também afirmaram que o gesseiro que prestava serviços para a família disse que iria ao apartamento dos Nardoni no dia do crime e depois desapareceu.
O promotor Francisco Cembranelli classificou os depoimentos como tentativa de desviar o foco da apuração. "Atira-se para todos os lados para tentar acertar alguma coisa."
Hoje, outras 17 testemunhas deverão ser interrogadas.


Texto Anterior: Crime: Ex-Polegar é preso acusado de tentar internar mulher
Próximo Texto: Educação: Governo de SP anuncia corte no salário de professores em greve
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.