SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA

Uma empresária dona de cinco casas tombadas como patrimônio histórico nacional em São Luís (MA) foi presa em flagrante pela Polícia Federal sob a acusação de destruir os imóveis para construir um estacionamento. Apenas as fachadas das casas estavam de pé.
As casas faziam parte de uma vila operária, construída no século 19 para abrigar trabalhadores da fábrica de tecidos Santa Amélia, na região central da cidade.
A ação da PF foi na tarde de anteontem, por solicitação do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) no Estado.
Segundo o delegado Valdecy Urquiza, Creusa Cutrim, a dona das casas, foi presa em flagrante com base na Lei de Crimes Ambientais, que prevê pena de um a três anos de prisão para quem destruir, inutilizar ou deteriorar bem protegido por lei ou ato administrativo.
O delegado disse que a demolição das casas tinha sido embargada há duas semanas pelo órgão estadual de proteção ao patrimônio, que também tombou a vila operária.
"A perda é irreparável. Na segunda metade do século 19, o Maranhão se transformou em potência industrial, com a implantação de 12 fábricas de tecidos. A fábrica Santa Amélia foi tombada como marco desta tentativa", disse Kátia Bogéa, superintendente do Iphan no Maranhão.

Outro lado
A empresária Creusa Cutrim passou a noite na carceragem da PF e teve a prisão em flagrante relaxada pela Justiça federal ontem. A reportagem não conseguiu localizar a empresária nem seu advogado ontem.
Em depoimento à PF anteontem, em São Luís, a empresária disse que manteve as fachadas das casas tombadas inalteradas e apenas modificou o interior das construções. Ela disse saber que as casas eram tombadas por órgãos de patrimônio nacional e estadual.
Segundo a Polícia Federal, ela disse que enfrenta dificuldades financeiras e que precisou usar os imóveis como fonte de renda.


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