SÍLVIA CORRÊA
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma estudante de medicina de 23 anos foi solta às 22h de anteontem do cativeiro onde era mantida havia 24 horas por seis sequestradores. A liberação ocorreu uma hora após a família ter pago resgate de R$ 55 mil à quadrilha.
Rastreando ligações, a polícia conseguiu prender, horas depois, 2 dos 6 sequestradores, em um motel de Praia Grande (litoral sul de SP), onde estavam com suas mulheres e com R$ 18,5 mil do resgate. Quatro homens já identificados seguiam foragidos ontem.
Os presos disseram que a vítima, filha de engenheiro, foi escolhida pelo carro que dirigia: um jipe Terios, da japonesa Daihatsu.
Segundo o delegado Wagner Giudice, titular da Deas (Delegacia Anti-Sequestro de São Paulo), os acusados, Celso Ricardo da Silva e Givanildo Rocha Alves, ambos de 27 anos, estavam sendo procurados por sequestro semelhante feito no começo do ano.
Pelo resgate da mulher de um comerciante da zona sul de São Paulo, o grupo recebeu R$ 20 mil. Cinco homens foram presos, mas Silva e Alves, que já cumpriram oito anos por roubo, fugiram.
A estudante, cujo nome não foi divulgado, foi rendida às 22h de terça, a 200 metros de sua casa, no Brooklin (zona sul de SP). Seu jipe foi interceptado por um Logus com quatro homens. Dois deles desceram armados e entraram no jipe da vítima, que foi para o banco traseiro com a cabeça baixa.
Os dois carros rodaram por meia hora, segundo a vítima, parando numa grande avenida, que ela não conseguiu identificar. A vítima foi então para o Logus, no qual foi levada pelos outros dois homens ao cativeiro, em uma favela na Vila Clara (zona sul).
Os sequestradores chegaram a falar à vítima que eram do PCC (Primeiro Comando da Capital), mas, na delegacia, não conseguiram dizer o que significa a sigla e admitiram ter usado a "grife" da facção criminosa para assustar.
Os presos, que não estavam na abordagem, fizeram as negociações. O resgate foi entregue às 21h de anteontem por um parente da estudante. Um homem em uma moto Honda Strada, encontrada abandonada ontem, e que está em nome de um dos foragidos, levou o dinheiro. Uma hora depois, a vítima foi solta em Diadema (Grande SP) e seguiu de táxi para casa.


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