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SEGURANÇA
Para comandante da Polícia Militar de SP, proposta em discussão no governo federal seria "muito onerosa"
PM prefere força-tarefa a guarda nacional
DA REPORTAGEM LOCAL
O Conselho Nacional dos Comandantes Gerais da Polícia Militar, que é contra a criação de uma
guarda nacional, propôs ao governo federal a organização de
uma força-tarefa, com participação de PMs de todo o país, para
agir em casos de greves da polícia.
"A criação de uma guarda nacional vai ser muito onerosa e não
atacará a causa do problema",
disse o coronel Rui Cesar Melo,
comandante da Polícia Militar de
São Paulo e presidente do Conselho Nacional de Comandantes
Gerais da PM.
Segundo Melo, o funcionamento de uma guarda para atuar em
greves vai exigir a contratação de,
no mínimo, 10 mil policiais.
A proposta alternativa foi apresentada anteontem pela entidade
nacional ao coronel Alberto Cardoso, ministro-chefe do gabinete
da Segurança Institucional da
Presidência da República.
Cardoso afirmou aos oficiais da
PM que a medida será discutida
pela comissão de ministros que
estuda a crise nas polícias.
Melo disse que essa força-tarefa
deve realizar o deslocamento de
PMs de outros Estados em vez de
o governo encaminhar soldados
das Forças Armadas, como aconteceu nas greves da PM em Tocantins e na Bahia.
"O PM removido já sabe como
agir na rua. Não será necessário
dar poder de polícia ao Exército.
As Forças Armadas poderiam dar
apoio logístico, mas seriam os
PMs que atuariam nas ruas."
Deslocamento
Melo afirmou que a proposta da
entidade prevê o deslocamento de
pequenos grupos de policiais militares de Estados onde a situação
da polícia é normal.
"Pode causar prejuízo no policiamento nesses Estados, mas não
será grande porque a quantidade
de PMs deslocados por região será pequena", afirmou.
Para o cabo Wilson Morais, presidente da Associação Nacional
de Cabos e Soldados, a criação de
uma guarda nacional é "tapar o
sol com uma peneira".
"Em vez de investir no policial,
o governo pensa em reprimir os
grevistas e não entende que a greve existe porque o PM é tratado
com descaso", disse Morais.
A criação de uma guarda será
discutida em encontro nacional
das associações de cabos e soldados, que será realizado em Brasília, provavelmente entre os dias 14
e 16 deste mês. O encontro também vai debater uma possível paralisação nacional da categoria.
"E se a guarda nacional fizer
greve, o governo vai criar uma outra guarda parar reprimi-la?",
questionou Morais.
(GILMAR PENTEADO)
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