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POLÍCIA SOB SUSPEITA
Eles são investigados por outros crimes; prisão é temporária, por 30 dias; gravação mostra policiais seqüestrando a vítima
Presos PMs acusados de matar comerciante
DA SUCURSAL DO RIO
Cinco policiais militares tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça do Rio de Janeiro
sob a acusação de envolvimento
no assassinato do comerciante
Mário Jorge Ferreira, cujo corpo
foi encontrado no dia 5 de junho,
na Cidade de Deus (zona oeste do
Rio). Os acusados já estão presos.
O prazo da prisão é de 30 dias.
A suspeita sobre esses PMs, que,
na época do crime, trabalhavam
no 22º Batalhão (complexo da
Maré, zona norte), começou depois que a polícia teve acesso a fitas da câmera de um shopping.
As gravações mostraram alguns
dos policiais seqüestrando o comerciante no estacionamento no
dia 3 de junho e dois carros do batalhão rondando o local.
Os acusados são os soldados
Luís Cláudio Targino, Cleyton
Antônio da Silva Rego, Marcos
Manoel Luiz, Francisco Barbosa
dos Santos e o sargento Marco
Antônio Campelo Peçanha. As
prisões foram determinadas pelo
juiz da 2ª Vara Criminal de Jacarepaguá, Marcelo Alvarenga Leite. Eles ficarão presos em unidades separadas.
Logo que surgiu a suspeita, os
PMs ficaram presos administrativamente por 72 horas. Em seguida, foram transferidos.
O inspetor-geral de polícia, coronel João Carlos Ferreira, informou que os cinco PMs são suspeitos de praticarem outros crimes,
como extorsões. Não descartou
ainda a hipótese de mais policiais
estarem envolvidos na morte do
comerciante.
Segundo investigações da Inspetoria Geral de Polícia, o motivo
do seqüestro foram R$ 45 mil que
Ferreira recebeu de seguro pela
perda de uma moto num acidente. Uma mulher, de nome Michelle, também teve a prisão decretada. Segundo Ferreira, ela seria namorada de um dos PMs envolvidos e teria participação no crime.
Até a conclusão desta edição, não
havia sido presa.
Quando localizou o corpo do
comerciante, a polícia achou também outros três cadáveres -duas
mulheres e um homem- no
mesmo local. Ferreira disse estar
investigando também o envolvimento dos PMs nessas mortes.
Outra investigação
A polícia apura também o envolvimento de policiais do Getam
(Grupamento Especial Tático-Móvel) na morte de três jovens,
cujos corpos foram encontrados
com tiros na cabeça na manhã do
dia 26, em Belford Roxo (Baixada
Fluminense). Testemunhas disseram que as vítimas foram vistas
pela última vez na noite do dia 23
sendo abordados por PMs da unidade em Duque de Caxias.
(MARIO HUGO MONKEN)
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