São Paulo, terça-feira, 03 de agosto de 2004

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POLÍCIA SOB SUSPEITA

Eles são investigados por outros crimes; prisão é temporária, por 30 dias; gravação mostra policiais seqüestrando a vítima

Presos PMs acusados de matar comerciante

DA SUCURSAL DO RIO

Cinco policiais militares tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça do Rio de Janeiro sob a acusação de envolvimento no assassinato do comerciante Mário Jorge Ferreira, cujo corpo foi encontrado no dia 5 de junho, na Cidade de Deus (zona oeste do Rio). Os acusados já estão presos. O prazo da prisão é de 30 dias.
A suspeita sobre esses PMs, que, na época do crime, trabalhavam no 22º Batalhão (complexo da Maré, zona norte), começou depois que a polícia teve acesso a fitas da câmera de um shopping.
As gravações mostraram alguns dos policiais seqüestrando o comerciante no estacionamento no dia 3 de junho e dois carros do batalhão rondando o local.
Os acusados são os soldados Luís Cláudio Targino, Cleyton Antônio da Silva Rego, Marcos Manoel Luiz, Francisco Barbosa dos Santos e o sargento Marco Antônio Campelo Peçanha. As prisões foram determinadas pelo juiz da 2ª Vara Criminal de Jacarepaguá, Marcelo Alvarenga Leite. Eles ficarão presos em unidades separadas.
Logo que surgiu a suspeita, os PMs ficaram presos administrativamente por 72 horas. Em seguida, foram transferidos.
O inspetor-geral de polícia, coronel João Carlos Ferreira, informou que os cinco PMs são suspeitos de praticarem outros crimes, como extorsões. Não descartou ainda a hipótese de mais policiais estarem envolvidos na morte do comerciante.
Segundo investigações da Inspetoria Geral de Polícia, o motivo do seqüestro foram R$ 45 mil que Ferreira recebeu de seguro pela perda de uma moto num acidente. Uma mulher, de nome Michelle, também teve a prisão decretada. Segundo Ferreira, ela seria namorada de um dos PMs envolvidos e teria participação no crime. Até a conclusão desta edição, não havia sido presa.
Quando localizou o corpo do comerciante, a polícia achou também outros três cadáveres -duas mulheres e um homem- no mesmo local. Ferreira disse estar investigando também o envolvimento dos PMs nessas mortes.

Outra investigação
A polícia apura também o envolvimento de policiais do Getam (Grupamento Especial Tático-Móvel) na morte de três jovens, cujos corpos foram encontrados com tiros na cabeça na manhã do dia 26, em Belford Roxo (Baixada Fluminense). Testemunhas disseram que as vítimas foram vistas pela última vez na noite do dia 23 sendo abordados por PMs da unidade em Duque de Caxias.
(MARIO HUGO MONKEN)


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