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VIOLÊNCIA
Manuel Ribeiro Neto, 14, levou 2 tiros e não resistiu
Acusado de balear colega dentro da sala de aula é assassinado no Rio
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Acusado de ter baleado com um
tiro o colega Róbson Gonçalves,
16, na manhã de anteontem, dentro de uma sala de aula em Belford
Roxo (Baixada Fluminense), o
adolescente Manuel Ribeiro Neto,
14, foi morto com dois tiros na
noite do mesmo dia. A Polícia Civil investiga o motivo do crime.
Ribeiro Neto foi encontrado
agonizando na rua Curitiba, bairro de Vilar Novo, em Belford Roxo, por volta das 23h. Baleado na
cabeça e no peito, ele ainda foi levado por PMs para o hospital da
Posse (Nova Iguaçu, Baixada Fluminense), onde morreu.
Seu colega permanece internado em estado grave no mesmo
hospital. Ele foi baleado no abdômen e teve que ser operado. Estava em aula no Ciep (Centro Integrado de Educação Pública) Augusto Rodrigues.
Acidente
Os encarregados da investigação informaram que continuam
acreditando que Ribeiro Neto tenha baleado o colega por acidente. Segundo parentes dos adolescentes, os dois eram amigos e
nunca tinham brigado.
Em depoimento, estudantes
que estavam na sala de aula disseram que Ribeiro Neto estava mostrando a arma ao colega quando
houve o disparo. Na hora do tiro,
havia aula de inglês. A professora
tinha saído da sala para falar com
a diretora do Ciep.
Mas, segundo versão apresentada por parentes de Róbson Gonçalves, ao ver a arma, ele teria desafiado o colega ao dizer que o revólver não funcionava. "A arma é
velha. Se você atirar, desmonta toda", teria dito ele a Ribeiro Neto,
que, então, teria colocado uma
bala e efetuado o disparo.
O tiro causou pânico entre os
estudantes (todos da 6ª série do
ensino fundamental), professores
e funcionários do Ciep. Houve
gritaria e correria. O incidente levou a diretora a fechar o colégio.
Após ter baleado Róbson Gonçalves, Ribeiro Neto fugiu. Segundo a polícia, a mãe, Marilene Pereira, foi a última pessoa a vê-lo
antes de aparecer ferido e morrer
no hospital. Ela contou que o filho
estava muito desorientado e com
medo de ser morto.
Ela disse que o filho lhe falou
que achou a arma em um lixão no
município de Duque de Caxias
(Baixada Fluminense) e que foi
orientado por terceiros a procurar a polícia para falar sobre o fato
ocorrido no Ciep.
A polícia tenta esclarecer como
o adolescente conseguiu entrar
armado na escola, se havia largado os estudos quatro meses antes.
A diretora e funcionários do Ciep
serão ouvidos nos próximos dias.
A mãe de Ribeiro Neto afirmou
que, mesmo tendo abandonado a
escola, o filho continuava matriculado e, de vez em quando, aparecia no Ciep para assistir às aulas.
Ele será enterrado na manhã de
hoje no cemitério Belford Roxo.
O comandante do 20º Batalhão
da PM (Nova Iguaçu, Baixada
Fluminense), tenente-coronel
Francisco D'Ambrósio, afirmou
que tentou prender Ribeiro Neto
anteontem, mas não conseguiu
encontrá-lo.
A arma com que Ribeiro Neto
baleou o colega ainda não foi encontrada pelos investigadores. A
polícia investiga a possibilidade
de traficantes da região terem punido Ribeiro Neto com a morte,
em razão do incidente.
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