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ALPHONSUS DE GUIMARAENS FILHO (1918-2008)
Convidada a entrar na casa, a poesia ficou
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
O primeiro da família a se
arriscar com a pena foi Bernardo, o tio-avô, no século 19.
É o autor de "A Escrava Isaura". O pai, Alphonsus de Guimaraens, como ele, imortalizou-se nos livros escolares
como um dos expoentes da
poesia simbolista no país.
Ele, Alphonsus de Guimaraens Filho, foi também poeta. Vivia com a casa cheia de
amigos obviamente poetas.
Em Drummond, tinha um
grande amigo. Bandeira foi
seu padrinho de casamento.
O matrimônio, por sinal,
foi um encontro das letras.
Conheceu a mulher ao comemorar, na confeitaria Papi, em Belo Horizonte, um
prêmio que recebeu por seu
primeiro livro, "Lume de Estrelas". O local da festa era de
propriedade da família dela,
também de escritores.
Natural de Mariana (MG),
Alphonsus formou-se em direito, em BH. Nos anos 50,
foi trabalhar no gabinete do
presidente Juscelino Kubitschek. Em 1972, em Brasília,
aposentou-se como procurador do Tribunal de Contas da
União e partiu definitivamente para o Rio, onde surgiu a rua Lume de Estrelas.
Publicou 25 livros. Mesmo
muito caseiro, como lembra
o filho, gostava de freqüentar
os "sabadoyles", encontros
de escritores organizados
pelo bibliófilo Plínio Doyle.
Internado com pneumonia, morreu aos 90, na quinta, no Rio. Tinha mal de Parkinson. Deixa três filhos e
quatro netos. Nos últimos
anos, corrigiu os textos dos
netos Augusto e Domingos.
São também poetas.
obituario@folhasp.com.br
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