São Paulo, quarta-feira, 03 de setembro de 2008

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ALPHONSUS DE GUIMARAENS FILHO (1918-2008)

Convidada a entrar na casa, a poesia ficou

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

O primeiro da família a se arriscar com a pena foi Bernardo, o tio-avô, no século 19. É o autor de "A Escrava Isaura". O pai, Alphonsus de Guimaraens, como ele, imortalizou-se nos livros escolares como um dos expoentes da poesia simbolista no país.
Ele, Alphonsus de Guimaraens Filho, foi também poeta. Vivia com a casa cheia de amigos obviamente poetas. Em Drummond, tinha um grande amigo. Bandeira foi seu padrinho de casamento.
O matrimônio, por sinal, foi um encontro das letras. Conheceu a mulher ao comemorar, na confeitaria Papi, em Belo Horizonte, um prêmio que recebeu por seu primeiro livro, "Lume de Estrelas". O local da festa era de propriedade da família dela, também de escritores.
Natural de Mariana (MG), Alphonsus formou-se em direito, em BH. Nos anos 50, foi trabalhar no gabinete do presidente Juscelino Kubitschek. Em 1972, em Brasília, aposentou-se como procurador do Tribunal de Contas da União e partiu definitivamente para o Rio, onde surgiu a rua Lume de Estrelas.
Publicou 25 livros. Mesmo muito caseiro, como lembra o filho, gostava de freqüentar os "sabadoyles", encontros de escritores organizados pelo bibliófilo Plínio Doyle.
Internado com pneumonia, morreu aos 90, na quinta, no Rio. Tinha mal de Parkinson. Deixa três filhos e quatro netos. Nos últimos anos, corrigiu os textos dos netos Augusto e Domingos. São também poetas.

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