São Paulo, sexta-feira, 03 de setembro de 2010

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Piano do século 19 é achado na Academia Paulista de Letras

Instrumento foi encontrado por assistentes do arquiteto responsável pela reforma do edifício

Acredita-se que ele veio de uma doação e era tocado em saraus da turma da Semana de Arte Moderna de 1922

Marcelo Justo/Folhapress
O restaurador Amauri Pimenta realiza ajustes em piano encontrado durante a reforma da Academia Paulista de Letras

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE SÃO PAULO

Um piano raro do século 19, tão antigo quanto as modinhas de Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth, foi encontrado esquecido e empoeirado na atual reforma da Academia Paulista de Letras.
O instrumento -que se acredita ter sido tocado nos saraus da turma da Semana de Arte Moderna de 1922- é tão remoto que possui castiçais para velas iluminarem a partitura, numa época em que não existia luz elétrica.
Foi achado fortuitamente por assistentes do arquiteto João Armentano, responsável pelo projeto da reforma.
Alguns funcionários sabiam da sua existência, mas ninguém se deu conta do seu valor histórico e cultural.
Em dois tempos, o objeto atiçou a curiosidade da artista Di Bonetti, curadora das obras de arte da academia.
Da marca alemã Rud. Ibach Sohn, o piano de armário tem todas as peças originais. Dois especialistas avaliaram o instrumento.
Pelo número de série, a fabricação data da segunda metade do século 19.
"O timbre é algo alemão mesmo. Esse tempo todo sem afinação, e a musicalidade é incrível. As cordas respondem com brilho", diz o restaurador Amauri Pimenta.
Nenhum piano aparece nos ativos de compra da instituição. O mais provável é que ele tenha sido doado por René Thiollier, um dos mecenas da Semana de Arte Moderna, que tocava piano.
"A academia tem tesouros que as pessoas não sabem. Como o piano tem um valor inestimável, vamos convidar músicos para saraus", diz José Renato Nalini, presidente da academia.
Pela idade e valor cultural agregado, o preço de mercado do piano só poderia ser calculado num leilão de arte.


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