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SAÚDE
Pesquisa do CRM diz que hospitais privados têm menos equipamentos e profissionais, mas situação é grave em todos
Maternidade pública tem mais recursos
CARLA CONTE
da Reportagem Local
As maternidades universitárias e
públicas têm mais recursos humanos e infra-estrutura material que
as de hospitais particulares, no Estado de São Paulo. Essa é uma das
conclusões da pesquisa feita pelo
CRM-SP (Conselho Regional de
Medicina de São Paulo), cujos técnicos visitaram 99 maternidades.
Foram visitados, em oito meses,
6 hospitais estaduais, 10 municipais, 30 particulares lucrativos, 43
particulares filantrópicos e 10 universitários, o equivalente a 15% do
total de hospitais do Estado.
Porém, segundo o CRM, a maioria desses hospitais não possui registro do índice de mortalidade
materna e infantil e de infecção
hospitalar, indicadores significativos da qualidade do atendimento.
De acordo com o CRM, a situação nas maternidades é gravíssima
por causa da falta de profissionais
e equipamento. "Porém os hospitais públicos estão numa situação
menos grave que os particulares",
afirma Cristião Fernando Rosas,
diretor do departamento de fiscalização da entidade.
Os principais itens avaliados levam em conta a presença de anestesista, neonatologista (especialista em recém-nascidos), obstetra,
comissões de ética e de controle de
infecção hospitalar, equipamentos
no berçário, sala de parto e de admissão, programa de aleitamento
materno e número de cesáreas,
entre outros.
Em 57% das maternidades públicas visitadas, há um médico
anestesista 24 horas por dia, índice
que sobe para 78% nos hospitais
universitários. Esse valor despenca para 12% nos privados.
A variação também ocorre no
que diz respeito à presença de neonatologista (especialista em recém-nascidos) ou pediatra na sala
de parto. Nos hospitais universitários, há o especialista em 90% deles. Nos públicos, esse índice passa
para 62% e, nos privados, para
15%.
O atendimento de gestante de alto risco é mais presente nos hospitais públicos. Entre eles, 60% atendem esse tipo de gestante, índice
que cai para 38% nos particulares.
O mesmo ocorre quanto à existência de UTI neonatal -82% dos
hospitais privados não têm esse tipo de unidade contra 62% dos
hospitais públicos.
Quanto à taxa de cesárea, ela se
mostra maior nos hospitais particulares. Cerca de 72% desses hospitais fazem 50% de cesáreas. Em
36% dos hospitais públicos, metade dos partos é cesárea.
Segundo o CRM, esse índice alto
é consequência da falta de profissionais preparados. "Onde não há
obstetra de plantão e enfermeira
obstetriz, que podem fazer o parto
normal, é mais conveniente fazer
cesárea, porque aí é possível programar a cirurgia e ter o médico
naquela hora já predeterminada",
afirma Rosas.
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