São Paulo, terça-feira, 03 de outubro de 2006

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Parentes são levados ao local do acidente

Oito familiares foram de helicóptero à região e puderam andar perto de onde foi localizado o trem de pouso do Boeing da Gol

Após visitar área da queda da aeronave, famílias das vítimas reconheceram que é impossível que haja sobreviventes

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PEIXOTO DE AZEVEDO
ENVIADO ESPECIAL A PEIXOTO DE AZEVEDO

Oito familiares de vítimas do acidente com o Boeing da Gol estiveram ontem no local onde caiu o avião. Levados de helicóptero até o ponto em que foram localizadas parte da fuselagem da aeronave, os parentes puderam caminhar alguns metros pela mata e chegar próximos ao trem de pouso.
O pouso do helicóptero só foi possível devido a uma clareira aberta anteontem por militares da Aeronáutica e do Exército.
"A tragédia foi grande, não tem mesmo jeito de ter sobreviventes", disse Célia de Santis Muller, de Sorocaba (SP).
Os familiares das vítimas do acidente, que até a tarde de ontem reclamavam da morosidade no resgate, reconheceram o trabalho feito pela Aeronáutica. Disseram ser um local de mata fechada, onde a temperatura é bastante alta e circula pouco ar. "Há muitos bichos, têm abelha, cobra, onça", disse Mauro Calais Siqueira, irmão de uma das vítimas.
No entanto eles descartaram o fim das buscas. "É necessário continuar para encontrar o maior número possível de corpos e entregá-los as suas famílias", afirmou Muller.

Ministro
Em reunião com familiares das vítimas na tarde de ontem, o ministro Waldir Pires (Defesa) e o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos da Silva Bueno, informaram que as equipes de resgate localizaram mais fragmentos de corpos no local da queda. "Nossa preocupação é com os familiares. É com a angústia das famílias", disse o ministro.
Segundo Pires, o governo assegurou aos familiares que está fazendo todo o esforço possível para retirar os corpos .
O encontro com o ministro ocorreu num dia tenso. Os familiares reclamaram que o resgate articulado pelo governo demorou demais. Eles questionaram ainda o motivo de o Exército não ter sido envolvido de imediato na busca. "Porque o presidente manda quase 2.000 soldados ao Haiti e não tem mais de cem pessoas para ajudar no resgate", questionava Shirlei Guimarães Rondine, que perdeu um filho de 25 anos.
Em nota divulgada ontem, a Gol disse que pagará assistência médica e psicológica por um ano aos parentes das vítimas.


Colaborou LETÍCIA SANDER, da Sucursal de Brasília

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