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Parentes são levados ao local do acidente
Oito familiares foram de helicóptero à região e puderam andar perto de onde foi localizado o trem de pouso do Boeing da Gol
Após visitar área da queda da aeronave, famílias das vítimas reconheceram
que é impossível que
haja sobreviventes
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PEIXOTO DE
AZEVEDO
ENVIADO ESPECIAL A PEIXOTO
DE AZEVEDO
Oito familiares de vítimas do
acidente com o Boeing da Gol
estiveram ontem no local onde
caiu o avião. Levados de helicóptero até o ponto em que foram localizadas parte da fuselagem da aeronave, os parentes
puderam caminhar alguns metros pela mata e chegar próximos ao trem de pouso.
O pouso do helicóptero só foi
possível devido a uma clareira
aberta anteontem por militares
da Aeronáutica e do Exército.
"A tragédia foi grande, não
tem mesmo jeito de ter sobreviventes", disse Célia de Santis
Muller, de Sorocaba (SP).
Os familiares das vítimas do
acidente, que até a tarde de ontem reclamavam da morosidade no resgate, reconheceram o
trabalho feito pela Aeronáutica. Disseram ser um local de
mata fechada, onde a temperatura é bastante alta e circula
pouco ar. "Há muitos bichos,
têm abelha, cobra, onça", disse
Mauro Calais Siqueira, irmão
de uma das vítimas.
No entanto eles descartaram
o fim das buscas. "É necessário
continuar para encontrar o
maior número possível de corpos e entregá-los as suas famílias", afirmou Muller.
Ministro
Em reunião com familiares
das vítimas na tarde de ontem,
o ministro Waldir Pires (Defesa) e o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos
da Silva Bueno, informaram
que as equipes de resgate localizaram mais fragmentos de
corpos no local da queda. "Nossa preocupação é com os familiares. É com a angústia das famílias", disse o ministro.
Segundo Pires, o governo assegurou aos familiares que está
fazendo todo o esforço possível
para retirar os corpos .
O encontro com o ministro
ocorreu num dia tenso. Os familiares reclamaram que o resgate articulado pelo governo
demorou demais. Eles questionaram ainda o motivo de o
Exército não ter sido envolvido
de imediato na busca. "Porque
o presidente manda quase
2.000 soldados ao Haiti e não
tem mais de cem pessoas para
ajudar no resgate", questionava
Shirlei Guimarães Rondine,
que perdeu um filho de 25 anos.
Em nota divulgada ontem, a
Gol disse que pagará assistência médica e psicológica por um
ano aos parentes das vítimas.
Colaborou LETÍCIA SANDER, da Sucursal de
Brasília
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